António Mota, empresário nacional, filho do fundador da Mota e Companhia e líder, durante vários anos, da Mota Engil, foi a personalidade da lusofonia destacada na terceira edição do evento Doing Business Angola, conferência organizada pela Forbes África Lusófona e pelo Jornal Económico, que decorreu hoje em Lisboa, no Hotel Ritz Four Seasons. O evento traz à discussão o potencial económico de Angola e o seu papel fundamental nas relações com a lusofonia.

Na impossibilidade de estar presente no evento, o prémio – um quadro pintado pelo artista angolano Paulo Formiga, com o nome Curiosity – foi entregue ao seu filho, Manuel Mota, co-CEO da Mota Engil. No seu discurso de agradecimento o descendente, que representa a terceira geração à frente da empresa, agradeceu a homenagem ao pai, que infelizmente não conseguiu receber o prémio pessoalmente. E reforça o compromisso que a empresa sempre teve com o mercado angolano. “O meu avô dizia que se um dia fecharmos a porta, a última luz a desligar seria em Cabinda. Isto mostra bem o compromisso que o avô e o meu pai sempre tiveram com este país”, remata.

O percurso de vida do empresário António Mota

Nasceu em Amarante, em 1954, e cedo percebeu a sua missão de vida: engrandecer o património familiar, centrado na área da construção civil e obras públicas. Filho de Manuel António da Mota, fundador da Mota e Companhia, e de Maria Amália Vasconcelos, partilhou com as suas três irmãs, o legado construído a pulso pelo pai, empreendedor desde tenra idade. António Mota licenciou-se em Engenharia Civil na Universidade do Porto, em 1977, e iniciou a sua vida profissional na empresa familiar.

A Mota e Companhia nasceu em 1946 e desde logo se lançou no mercado angolano, no qual abriu, no ano seguinte, uma filial. O seu grande salto naquele território foi dado em 1962, quando ganhou o concurso para a construção do aeroporto de Luanda, tendo-se seguido outros grandes projetos em África.

António Mota, constituiu, em 2010, a Fundação Manuel António da Mota, para assim honrar o legado do pai, falecido em 1995, aos 82 anos. «O meu pai era um engenheiro de altíssimo gabarito, sem nenhum estudo», diz, com visível orgulho.

António Mota foi o grande timoneiro do crescimento do grupo familiar, o qual liderou durante quase três décadas, com uma visão estratégica e comercial. Pela sua mão o grupo fundiu-se com a Engil, através de uma OPA sobre o capital da construtora, tendo assumido, no virar do século, a presidência da Mota Engil SGPS. Passou depois, em 2023, a liderança à dupla constituída pelo seu sobrinho, Carlos Mota Santos e pelo seu filho Manuel Mota.

O grupo é hoje uma das maiores empresas nacionais, com uma carteira de encomendas de 15 mil milhões de euros, e lucros de 123 milhões de euros. Com uma forte presença internacional, a empresa venceu o seu maior contrato de sempre para a construção da linha ferroviária entre a Nigéria e Niger e, em 2022, assumiu-se como concessionária do Corredor do Lobito.

António Mota sempre manteve, a par com a liderança empresarial, uma participação ativa em diversas organizações da sociedade civil. Constituiu, em 2010, a Fundação Manuel António da Mota, para assim honrar o legado do pai, falecido em 1995, aos 82 anos. «O meu pai era um engenheiro de altíssimo gabarito, sem nenhum estudo», diz, com visível orgulho.