
A autoridade da concorrência alemã, Bundeskartellamt, comunicou nesta segunda-feira que autoriza o UniCredit a adquirir 29,99% do Commerzbank. Atualmente, o banco é detido em 9,5% pelo rival italiano, que, entretanto, obteve 28% do capital através de derivados. A decisão surge depois de o Banco Central Europeu ter dado a mesma permissão há um mês.
O presidente do regulador, Andreas Mundt, revela que, após estudar os segmentos de serviços financeiros afetados, a transação “tinha de ser aprovada”, pois os “concorrentes significativos estão ativos em todas as áreas”, sendo que esta operação vai “fortalecer a posição de mercado do UniCredit na banca privada e de investimento na Alemanha”.
“As sucursais e a sua cobertura geográfica foram examinadas em toda a Alemanha, tanto para os elementos desta fusão como para os seus principais concorrentes – incluindo caixas económicas, bancos cooperativos e outros bancos privados. Mesmo em áreas com concentrações mais elevadas, não foram identificados problemas relacionados com a legislação em matéria de concentrações no que se refere às atividades com clientes privados e empresariais com vendas até cerca de 10 milhões de euros, devido à estrutura diversificada dos fornecedores”, justifica a entidade.
A investida do UniCredit sobre o Commerzbank remonta a novembro passado, quando o banco liderado por Andrea Orcel começou a subir a sua participação até atingir os atuais 28% em dezembro passado. Do lado alemão, esta intenção de fundir os bancos não tem sido bem recebida, com o anterior governo a mostrar-se contra, bem como o próprio banco, que tem rejeitado a opção desde início.
Recorde-se que, paralelamente a esta operação, o UniCredit está a avançar na sua aquisição do Banco BPM, seu rival doméstico. Para esta operação, o segundo maior banco de Itália já tem todas as aprovações regulatórias e vai encetar o período de oferta no dia 28 de abril, acabando a 23 de junho. Entretanto, o próprio BPM finalizou a sua oferta sobre a gestora de fundos Anima Holding, assegurando quase 90% do capital, o que permite ao UniCredit desistir da aquisição se assim o entender.