O BPI vai finalmente reduzir a sua posição no BFA depois do acionista espanhol, Caixa Bank, ter assumido o controlo do BPI em Portugal.

Dos 48,1% do BFA vai colocar em Bolsa 14,75%, participação que está avaliada no balanço do BPI em 95 milhões de euros, afirmou a administradora executiva Susana Trigo Cabral na conferência de apresentação de resultados do BPI .

A operação está a ser liderada pelo BFA Capital Market e o IPO está agendado para julho.

Após a venda dos 14,75%, o BPI ficará com cerca de 33% do BFA, dependendo da oportunidade, embora esta posição "não seja estratégica", mas "puramente financeira", diz João Pedro Oliveira e Costa, que sublinha que a posição que o BPI tem no BFA tem sido "muito rentável".

Ainda assim o BPI tem vindo a preparar-se para esta redução reforçando o seu negócio em Portugal. A venda do resto da participação "não é urgente". Vamos ver como reage o mercado e o que vai dizendo o supervisor europeu (BCE)". Até porque, recorde-se, esta necessidade de redução da participação decorre de uma recomendação do BCE.


BCI é para manter

O moçambicano BCI, no qual o BPI tem 35,6%, registou nos primeiros três meses do ano um prejuízo de 7 milhões de euros. "Houve uma redução do rating da República de Moçambique e isso refletiu uma maior prudência", afirma João Pedro Oliveira e Costa.

"O BCI tem apresentado sistematicamente resultados positivos, mas esta situação levou-se a ser prudentes".

João Pedro Oliveira e Costa, quando questionado pelo Expresso sobre se a posição no BCI é para manter, afirma que não existe nada em cima da mesa para reduzir ou vender. "Devo ter prudência na resposta. O BCI é uma instituição boa, sólida, milhares de clientes e colaboradores, e por isso não vou contribuir para desestabilizar algo que não está a ser pensado".

E remata dizendo que a CGD também está no capital do banco, é maioritária, e nada seria feito sem haver coordenação entre ambos os bancos.

E reforça a tónica ao referir que "a nossa estratégia passa por Portugal", mas "temos uma história com muita responsabilidade em dois países que precisam de compromisso e estabilidade e por isso em momento algum faremos algo sem ser em coordenação com o parceiro e o Estado moçambicano".