O CaixaBank espera que o BPI continue "a crescer organicamente" nos próximos anos e em linha com os mesmos índices previstos para Espanha, que são otimistas, disse o presidente executivo do grupo financeiro, Gonzalo Gortázar, na apresentação do Plano Estratégico 2025-2027 do Caixabank.
"Não contemplamos qualquer operação de crescimento que não seja de crescimento puramente orgânico em Portugal. Queremos que o BPI continue a crescer de maneira orgânica e sem aquisições", afirmou Gonzalo Gosrtázar, em resposta a perguntas dos jornalistas sobe a possibilidade de o CaixaBank comprar outros bancos em Portugal, como o Novo Banco.
O presidente executivo do CaixaBank realçou a "capacidade de crescer organicamente que o BPI provou ter nos últimos anos" e considerou que o banco português tem evoluído e atuado "francamente bem", aproveitando a escala que lhe dá a integração no grupo espanhol.
Insistindo em que a estratégia e a perspetiva é de crescimento, Gonzalo Gortázar acrescentou que não há previsão também de fecho de balcões ou de redução de pessoal em Portugal nos próximos três anos.
"O BPI tem uma trajetória recente de ganhos de quota de mercado muito notáveis e também de melhorias de rentabilidade e eficiência", afirmou.
Segundo os dados que constam do Plano Estratégico 2025-2027 do CaixaBank, o BPI deverá crescer 4% anualmente neste período tanto em concessão de crédito como em recursos de clientes, depois de crescimentos de 3% do volume de negócios entre 2016 e 2024.
Desde 2016, quando o CaixaBank passou a controlar o BPI, o banco português melhorou o rácio de eficiência em 30 pontos percentuais e tem atualmente quotas de mercado de 14,5% nas hipotecas, de 12,3% no crédito a empresas e de 10,2% nos depósitos, segundo os dados apresentados hoje em Madrid.
Em relação a outras perspetivas de crescimento até 2027, Gonzalo Gortázar remeteu para as estimativas e tendências gerais esperadas para o grupo CaixaBank e para a economia espanhola, garantindo que são muito similares.
O CaixaBank apresentou hoje perspetivas positivas de crescimento para as economias de Portugal e de Espanha nos próximos anos, apesar do contexto geopolítico incerto e acompanhando as estimativas da Comissão Europeia divulgadas na semana passada.
Este crescimento da economia, a par da previsão do controlo da inflação nos 2% e de uma descida e estabilização das taxas de juro, favorecem o investimento ou a concessão de crédito e, por conseguinte, a atividade bancária.
Neste contexto, o CaixaBank espera "acelerar o crescimento", com taxas anuais de aumento no volume de negócio em redor aos 4% até 2027 para todo o grupo, com expansão na generalidade de todos os segmentos de atividade.
A nível da rentabilidade, medida pelo índice ROTE, o CaixaBank espera que alcance os 16% em 2027, com uma média de 15% no período 2025-2027, depois de ter sido 14% no período anterior (2022-24).
O grupo espera distribuir dividendos de entre 50% e 60% dos lucros nos próximos anos.
O CaixaBank teve lucros de 4.816 milhões de euros no ano passado, um aumento de 53,9% em relação a 2022.
Nos primeiros nove meses deste ano, os lucros alcançaram os 4.248 milhões de euros, mais 16,1% do que no mesmo período de 2023.
O CaixaBank tem mais de 20 milhões de clientes e uma rede de mais de 4.000 balcões em Espanha e Portugal.
MP // MSF
Lusa/Fim