O negócio do crédito à habitação está em forte crescimento. No final de junho, os bancos tinham emprestado mais de 106,3 mil milhões de euros para a compra de casa, revelou esta sexta-feira o Banco de Portugal. Só no mês passado, foi concedido crédito à habitação no valor de 1.525 milhões de euros, o que representa uma média diária de 50,8 milhões de euros. Esta procura acelerou 7,3% em relação ao mesmo mês de 2024, registando a taxa de crescimento mais elevada desde agosto de 2008. Desde dezembro de 2023, tem-se verificado uma subida significativa deste tipo de crédito.

A mesma tendência observa-se no crédito ao consumo, que aumentou 7,4% face a 2024, e no crédito para outros fins, que cresceu 8,6%. No total, estes dois tipos de crédito aumentaram 235 milhões de euros em relação a maio, totalizando 32,7 mil milhões de euros.

Analisando os destinos do crédito pessoal, a compra de automóveis representa 8,7 mil milhões de euros, mais 68 milhões do que em maio, mantendo uma taxa de variação anual de 10,1%, idêntica à do mês anterior. Já os cartões de crédito atingiram 3,3 mil milhões de euros, mais 52 milhões do que em maio, e registaram uma taxa de variação anual de 9% (7,5% em maio).

Por outro lado, os depósitos dos portugueses nos bancos estão a desacelerar. Depois de um máximo registado em outubro de 2024, quando os depósitos cresceram 8,4% em relação a setembro, a tendência tem sido de desaceleração contínua. Em maio deste ano, o crescimento dos depósitos era de 5,6% (variação anual), passando para 5,2% em junho.

Em termos absolutos, o stock de depósitos dos particulares nos bancos totalizava 195,8 mil milhões de euros, mais 1.740 milhões de euros do que em maio. Esta variação resultou do aumento de 1.500 milhões de euros nas chamadas responsabilidades à vista (constituídas quase na totalidade por depósitos à ordem) e do aumento de 240 milhões de euros nos depósitos a prazo.

Isto significa que, em termos diários, a entrada de dinheiro nos bancos (58 milhões por dia em junho) continua a ser superior ao valor dos empréstimos concedidos para a compra de casa (50,8 milhões por dia).

No que toca às empresas, também há crescimento, embora menos acentuado. Segundo o Banco de Portugal, o stock de empréstimos concedidos às empresas totalizava 74,2 mil milhões de euros no final de junho de 2025, mais 1.082 milhões do que no final de maio. O crescimento face ao período homólogo foi de 3,6%, o mais elevado desde janeiro de 2022 e, pelo segundo mês consecutivo, acima da média da área do euro.