
A Tekever é a mais recente ‘empresa-unicórnio’ portuguesa, o que significa que ultrapassou os mil milhões de dólares de valorização. O estatuto foi alcançado graças a uma nova ronda de financiamento, cujo valor não foi divulgado, totalmente subscrito pelos atuais investidores. Segundo refere a empresa, está agora avaliada num valor “acima de 1.000 milhões de libras (1173 milhões de euros)”.
Passa assim a ser o sétimo ‘unicórnio’ português, juntando-se à Talkdesk, Feedzai, Outsytems, Remote, Anchorage e Sword Health.
Entre os investidores que participaram no financiamento estão a Ventura Capital, empresa global de investimento em tecnologia com participações em empresas como a Alibaba, Spotify, Uber e Bolt e que foi a líder da ronda; a Baillie Gifford, gestora de ativos independente, sediada na Escócia; o Fundo de Inovação da NATO; a portuguesa Iberis Capital, que investe em pequenas e médias empresas inovadoras e de alto crescimento; e a Crescent Cove, gestora de ativos especializada em investimentos em tecnologia e defesa, com sede nos EUA.
Esta empresa especializada em sistemas autónomos orientados por inteligência artificial, que tem estado sob os holofotes devido ao fornecimento de drones para vigilância à Ucrânia, acaba também de anunciar o lançamento de um projeto a que chamou Overmatch, classificado como o seu “novo programa de desenvolvimento”. O objetivo, explica a Tekever, é “impulsionar a base industrial de defesa europeia e assegurar que a Europa e os seus aliados continuam a liderar o desenvolvimento de tecnologias autónomas de nova geração”.
Através deste programa, “num primeiro momento está previsto o investimento de 400 mil libras (469 mil euros) no Reino Unido em investigação, infraestruturas e tecnologia de defesa, que irá criar mais de 1.000 empregos altamente qualificados, estabelecendo as bases para uma capacidade soberana nos conflitos de próxima geração”, acrescenta a empresa liderada por Ricardo Mendes, um dos seus fundadores.
A Tekever explica que esta ambição resulta da experiência de “três anos de inovação operacional no terreno, em parceria com o Ministério da Defesa do Reino Unido e com as forças armadas ucranianas”, em que os sistemas autónomos da Tekever “já acumularam mais de 10.000 horas de voo em missões de vigilância, tendo contribuído para a destruição de mais de 3 mil milhões de libras em ativos militares russos — incluindo dois sistemas avançados S-400 de defesa aérea”. Adianta, assim, que “o Overmatch representa o passo seguinte: escalar esta experiência comprovada em combate para uma capacidade estratégica sustentável na Europa”.
A Tekever conta com operações em seis países europeus. Tem centros de engenharia no Reino Unido, Portugal e França, instalações de produção em vários mercados europeus e equipas de apoio operacional em toda a Europa. Os seus sistemas são utilizados em missões pela Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex) e por marinhas e forças armadas europeias, além do apoio operacional direto prestado à Ucrânia.