O Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) rejeitou hoje que a greve na CP tenha motivações políticas e responsabilizou o Governo pelo transtorno causado às populações, por não cumprir um acordo negociado.

“Esta greve não é política, é uma greve de trabalhadores que exigem o cumprimento de um acordo justo e negociado”, afirmou o SMAQ, em comunicado, garantindo que “não está, nem nunca esteve, associado a qualquer força partidária, e todas as suas ações são exclusivamente orientadas pela defesa dos interesses dos maquinistas e demais trabalhadores da ferrovia”.

“A tentativa do Governo de associar esta luta a motivações eleitorais é absurda”, vincou o SMAQ, garantindo que a marcação da greve “foi consequência direta da recusa do Governo e da administração da CP em aplicar, dentro dos prazos acordados, as cláusulas salariais e profissionais definidas entre sindicatos e empresa”, ou seja, “se a greve acontece neste momento, é porque o incumprimento aconteceu agora”.

O sindicato lamentou “profundamente” os transtornos causados à população, mas atribuiu toda a responsabilidade ao Governo, “que empurrou os trabalhadores para esta greve ao recusar cumprir o que foi negociado”.

Segundo o SMAQ, os valores previstos no acordo que o Governo alega que, por estar em gestão, não pode aplicar, “estão devidamente orçamentados”, pelo que, para a estrutura sindical, o argumento do executivo é desmentido “na medida em que continua na plenitude das suas funções, sem qualquer limitação legal, a emitir resoluções”, entre outras medidas.