No encerramento do Fórum Económico Mundial de Davos, Kristalina Georgieva participou num debate sobre as perspetivas económicas para 2025, que contou também com a presença do ministro da Economia e Planeamento da Arábia Saudita, Faisal Alibrahim, da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e do presidente executivo da BlackRock, Larry Fink.
Uma das questões em destaque nesta edição do Fórum de Davos foi a diferença da economia norte-americana em relação ao resto do mundo, com taxas de crescimento e de emprego muito acima das de outros países.
Para Georgieva, isso deve-se em grande parte ao fosso de produtividade entre os Estados Unidos e, por exemplo, a União Europeia, com indicadores muito mais baixos, embora longe das taxas negativas da maioria dos países emergentes.
Além de trabalhar para alcançar um mercado de capitais mais eficiente e fazer avançar a união bancária, a Europa deve "sentir-se orgulhosa por ser Europa, uma vez que os Estados Unidos têm uma cultura de confiança e a Europa, por outro lado, a da humildade", considerou.
No mesmo sentido, Lagarde disse que, se os líderes europeus "começarem a trabalhar e a colaborar", a Europa tem "um enorme potencial para atingir o nível dos Estados Unidos".
A presidente do BCE manifestou otimismo, embora tenha apelado à conclusão da união bancária e ao reforço do mercado de capitais.
Larry Fink mostrou-se muito otimista em relação à atual situação da economia dos Estados Unidos, acreditando que ainda há espaço para "angariar mais capital" naquele país.
O líder da BlackRock não afastou totalmente a hipótese de a Reserva Federal norte-americana voltar a subir as taxas de juro num futuro não muito distante, mas sublinhou que isso "é pouco provável".
Fink criticou ainda a política económica europeia e afirmou que "a Europa é um mito, muito bonito, mas um mito ao fim e ao cabo", que não funciona, como se pode ver se for comparada à solidez e aos avanços tecnológicos dos Estados Unidos ou da China.
Lagarde reagiu e rejeitou que a Europa seja um mito e "muito menos uma causa perdida", defendendo que está perante "uma oportunidade de transformação".
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Lusa/fim