O setor financeiro espanhol vai conhecer nesta terça-feira o destino da Operação Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo BBVA sobre o Banco Sabadell no passado dia 9 de maio e que foi considerada “hostil” pelo banco catalão.

Na reunião do governo liderado por Pedro Sánchez ficará decidido se serão aceites as condições oferecidas pelo BBVA (por cada 5,3456 ações do Sabadell, uma nova ação do BBVA mais 0,70 euros em dinheiro), ou se serão exigidas novas, e mais duras medidas, para o sucesso do negócio.

Na sexta-feira, o gabinete do presidente do governo espanhol deu a garantia ao líder da ‘generalitat’ catalã, Salvador Illa, que seriam exigidas “condições mais duras” para o sucesso da OPA, invocando o “interesse nacional”.

O presidente do BBVA, Carlos Torres, já admitiu recorrer para Tribunal se o executivo espanhol impuser regras mais gravosas. Segundo aquele responsável a competência do governo está limitada a aceitar, ou não, as condições negociadas entre o BBVA e a Comissão Nacional dos Mercados e Concorrência (CNMC) e não pode impor novas exigências.

Uma das questões que está em análise pela CNMC é a fusão de agências bancárias se o negócio for por diante. Aquele supervisor avisou o BBVA que, apesar dos meios de atendimento digitais, será necessário salvaguardar uma boa capilaridade no atendimento presencial dos clientes.

Entretanto, a comissária europeia de Serviços Financeiros, Maria Luís Albuquerque, lembrou nesta segunda-feira que apenas o Banco Central Europeu (BCE) e as autoridades de Concorrência têm competência para se pronunciar sobre fusões bancárias de acordo com as normas europeias.