Mais de 14% da dívida externa de Moçambique era detida, em Março, pela China, o maior credor bilateral do país, com um ‘stock’ de 1.383 milhões de dólares (1.218 milhões de euros), segundo dados do Governo moçambicano.

De acordo com dados do relatório sobre a evolução da dívida pública no primeiro trimestre, o volume do endividamento de Moçambique junto da China recuou 4,3%, para um peso de 14,1% do total, seguindo-se, ainda entre os credores bilaterais, o Japão, com 406,88 milhões de dólares (358,5 milhões de euros), um peso de 4,1% e menos 0,5% face a dezembro.

Portugal surge em terceiro lugar, com um peso de 3,9% do total da dívida externa moçambicana, uma redução de 5,2% em três meses, para um total de 380,69 milhões de dólares (335,5 milhões de euros).

Globalmente, a dívida externa moçambicana recuou 1,2% em três meses, para um total acumulado de 9.839 milhões de dólares (8.670 milhões de euros), sendo 55,7% de credores multilaterais, liderado pela Agência Internacional de Desenvolvimento, do Grupo Banco Mundial, com 2.940 milhões de dólares (2.590 milhões de euros), 29,9% do total e menos 0,4% desde dezembro, seguindo-se o Fundo Monetário Internacional (FMI), com 10,1% do total, 995,46 milhões de dólares (877,2 milhões de euros) e menos 1,1% face ao final de 2024.

Moçambique falhou em 2024 pagamentos de serviço da dívida externa de 47,3 milhões de euros, mais de metade a Portugal, alegando dificuldades pela agitação pós-eleitoral, segundo um relatório do Governo sobre o endividamento público noticiado no início de maio pela Lusa, que alerta para uma pressão adicional este ano.

No documento, é referido que, no final do ano passado, “os atrasados do Estado referiam-se exclusivamente à dívida externa”, sublinhando que “não foram verificados atrasos no pagamento do serviço da dívida interna”, totalizando desta forma 3,4 mil milhões de meticais (47,3 milhões de euros), distribuídos entre 2,95 mil milhões de meticais (40,5 milhões de euros) em capital e 492,28 milhões de meticais (6,8 milhões de euros) em juros, “valores transitados para 2025”.

“Entre os principais credores, Portugal apresentou-se como o maior credor bilateral, com um total de 1.818,76 milhões de meticais [25,3 milhões de euros] em atraso”, lê-se no documento, citado pela Lusa.

Acrescenta que as instituições multilaterais “também estiveram entre os credores mais significativos”, como o FMI, com 718,75 milhões de meticais (10 milhões de euros).