A multidão segurava grandes bandeiras mexicanas e gritava: "O México deve ser respeitado!", enquanto aplaudiam Sheinbaum, que deixou a mensagem de que "felizmente, o diálogo e o respeito prevaleceram".

A celebração ocorre poucos dias depois de o Presidente dos EUA, Donald Trump, adiar por um mês as tarifas de 25% sobre muitas importações do México, dizendo que Sheinbaum tinha feito progressos na luta contra o tráfico de drogas e a imigração ilegal.

Sheinbaum tinha planeado anunciar hoje medidas de retaliação, mas em vez disso o evento serviu para uma celebração em massa.

Embora as ameaças persistam, a Presidente disse estar otimista de que as tarifas não serão aplicadas ao México e assegurou que continuará a agir com "cabeça fria" diante de Trump.

Analistas dizem que não esperam que o evento de hoje alivie o clima de incerteza que ameaça novos investimentos e a economia mexicana, mas admitem que ajude Sheinbaum a consolidar o apoio interno contra Trump.

"Este é um evento pensado mais para a política interna", disse o analista político e académico Javier Rosiles Salas, afirmando que Sheinbaum buscará fortalecer sua imagem e liderança com o evento de hoje.

Rosiles Salas disse que, apesar das preocupações no México sobre os impactos económicos que uma guerra tarifária com os Estados Unidos -- o seu principal parceiro comercial e destino de mais de 80% das exportações mexicanas -- pode desencadear, o confronto com Trump tem sido "muito lucrativo para Claudia Sheinbaum" e permitiu-lhe alcançar um apoio popular de mais de 60% cinco meses após o início do seu mandato.

A maioria dos analistas concorda que, se tarifas gerais forem impostas, o México poderá enfrentar uma contração de mais de 1% do Produto Interno Bruto.

Depois de conversas telefónicas com os seus homólogos do México e do Canadá, Trump decidiu na quinta-feira passada suspender até 02 de abril as tarifas gerais para produtos que estão ao abrigo de um acordo comercial trilateral.

Apesar dos acordos, a decisão de Trump de impor tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio do México e do Canadá, que devem entrar em vigor na quarta-feira, permanece no limbo.

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