O moçambicano Moza Banco, intervencionado em 2016, registou em 2024 resultados negativos, pela primeira vez desde 2022, de 103,8 milhões de meticais (1,4 milhões de euros), anunciou a instituição. O desempenho do banco, que vinha de dois anos consecutivos com resultados positivos, é consequência de “desafios conjunturais”, destacando-se a manutenção das reservas obrigatórias e um período prolongado de instabilidade económica e social, refere a instituição em nota enviada à Lusa.

Os resultados brutos estiveram situados em 1,2 mil milhões de meticais em 2024 (17 milhões de euros) e o banco viu o número de clientes crescer em 8%, para 262 864. “Trata-se de um desempenho que reflete a resiliência do banco num ano marcado por desafios conjunturais,”, refere-se na nota. Entre os aspetos positivos de um ano descrito como “desafiante”, o banco destaca também o crescimento de 16%, correspondentes a 6,8 mil milhões de meticais (94 milhões de euros) do volume de depósitos, bem com o rácio de solvabilidade de 15,81% (mínimo é de 12%).

A aposta na transformação digital também registou avanços significativos, com um crescimento de 33,3% no volume de transações digitais e a entrada de 182 mil novos utilizadores, um aumento de 7,6%, refere-se no documento.

Segundo o banco, a solidez financeira do Moza Banco foi também “reforçada” em 2024 pela concessão de 3,8 mil milhões de meticais (52 milhões de euros) em crédito a famílias e empresas.

Os primeiros três meses do ano de 2025, segundo o banco, registaram melhorias. “Nos primeiros três meses do ano, o Banco registou um resultado líquido positivo de 4 milhões de meticais (55 mil euros), significando uma melhoria em 51,6 milhões de meticais (712 mil euros), face ao período homólogo de 2024”, acrescenta o banco.

Nesta semana, em assembleia geral, o banco decidiu nomear interinamente Manuel Soares, que é o presidente da comissão executiva, para o cargo de presidente do conselho de administração, avançou a instituição na nota envida à Lusa. “Manuel Soares tem uma carreira notável no setor bancário nacional. Atualmente, ocupa o cargo de Presidente da Comissão Executiva do Moza Banco desde julho de 2021, na sequência de uma alteração da estrutura acionista da instituição”, refere-se na nota.

Em 2016, o Moza passou a ser liderado pela sociedade gestora do fundo de pensões dos trabalhadores do Banco de Moçambique, quando tinha o português Novo Banco, sucessor do Banco Espírito Santo, como um dos principais acionistas (49%). O Moza Banco é detido em 66% pela Kuhanha – Sociedade Gestora do Fundo de Pensões dos trabalhadores do banco central de Moçambique, seguindo-se a Arise B.V., com 30,7%, entre outros acionistas.

O banco vinha com dois anos consecutivos a apresentar lucros, depois do resultado líquido positivo de 108,8 milhões de meticais (1,5 milhões de euros) em 2023, 90,1 milhões de meticais (1,3 milhões de euros) em 2022, que então inverteu os prejuízos – que se acumulavam desde 2016 – de 1,38 mil milhões de meticais (20,2 milhões de euros) no exercício de 2021.

No final de 2023, o banco operava com 63 unidades de negócio em todo o país e 943 trabalhadores.

Agência Lusa

Editado por Jornal PT50