O Novo Banco submeteu à sua assembleia geral de acionistas um único ponto para poder colocar parte do capital do banco em Bolsa. A proposta foi esta quarta-feira aprovada pela Lone Star, com 75% do capital do Novo Banco. Segundo apurou o Expresso, o Estado, que detém 11,46% do capital do banco, absteve-se. O Fundo de Resolução, com 13,54%, não tem assento nas assembleias-gerais.

Segundo o Novo Banco, a proposta aprovada apenas abre caminho à abertura do capital em Bolsa (IPO, na sigla em inglês), não o obrigando a lançar-se no mercado. Sem esta aprovação, o banco liderado por Mark Bourke não poderia avançar para um IPO. A partir deste momento o banco, caso o queira, pode avançar para este tipo de operação, além da venda direta de ações a novos investidores.

O Novo Banco, criado em agosto de 2014, como banco de transição, serviu para acomodar os ativos não tóxicos do ex-BES.

Em 2017, depois de várias tentativas de venda, foi firmado um acordo com a Lone Star, um fundo norte-americano que injetou 1000 milhões de euros no banco para ficar com 75% do capital. Os restantes 25% ficaram no Fundo de Resolução, posição agora detida pelo Estado (Direção-Geral do Tesouro e Finanças) e pelo Fundo, depois da compra de uma posição de 11,46% do capital do banco por via dos impostos diferidos. O Fundo de Resolução é presidido por Luís Máximo dos Santos, também vice-governador do Banco de Portugal.

O Novo Banco recebeu do Fundo de Resolução 3,4 mil milhões de euros do mecanismo de capital contingente, face a um total de 3,89 mil milhões de euros que podia ser aportado ao banco, se o rácio de capital caísse para um patamar inferior aos 12% exigidos pelo BCE.

A Lone Star abdicou dos processos em litígio no tribunal arbitral devido a desentendimentos com o Fundo de Resolução sobre verbas a receber em 2024, para que pudesse começar a distribuir dividendos.