
Formado em Tecnologias de Gestão e especialização em Coaching Executivo, Pedro Brito construiu uma carreira que cruza o mundo da consultoria, do empreendedorismo e da formação de executivos. Começou a carreira na Arthur Andersen (atual Deloitte), de onde saiu para a Michael Page, onde teve o primeiro contacto com o universo dos recursos humanos. Antes de integrar o projeto de desenvolvimento do novo campus da Nova SBE, em Carcavelos, ainda fundou a Jason Associates, uma consultora de gestão de talento que viria a ser adquirida pela Mercer Portugal.
É a desenvolver pessoas que se sente como peixe na água. E, por isso, defende que “se um líder preparar as suas pessoas enquanto as tiver na empresa para que um dia que ela saia da empresa sinta que está employable [empregável], ela vai reconhecer que o período que esteve na organização lhe permitiu continuar o seu percurso de uma forma sustentável, com uma recompensa adequada”. É o que chama de liderança servidora: “temos de preparar as pessoas para a sua vida futura. E isto não é uma visão paternalista, é responsabilidade social”.
Pedro Brito, que nos últimos anos se tem posicionado como uma voz ativa na capacitação das lideranças e na aproximação entre universidades e empresas como alavanca para a competitividade da economia nacional, nota que o perfil dos líderes mudou muito nas últimas décadas. Mas há ainda muito a fazer.
“Hoje, enquanto líderes, temos de dominar um conjunto de competências que no passado não precisávamos. Atualmente, um problema de um diretor financeiro não é monofuncional, é um problema de sustentabilidade, de comunicação, de ética”, aponta para acrescentar que a transversalidade é fundamental. “O líder é um pouco como um astronauta. O astronauta, quando vai para o espaço, não sabe só de geologia, sabe de muitas competências porque há lá poucas pessoas”, sublinha.
Outra dimensão de transformação é a emocional. Pedro Brito nota que “os líderes, até há pouco tempo, queriam ser o leão da selva: estou sempre bem, sou o rei, não tenho fraquezas”. O cenário, reconhece, está a mudar para uma maior autoconsciência das suas limitações e dificuldades, mas ainda há caminho a fazer. Desde logo no domínio da saúde e do equilíbrio mental: “quando é que o líder percebe que tem de tratar dele? Quando é tarde demais”, nota, acrescentando que “os líderes têm muita dificuldade de identificar os sinais de burnout das pessoas da sua equipa e mais ainda neles próprios”.
O CEO é o limite é o podcast de liderança e carreira do Expresso. Todas as semanas a jornalista Cátia Mateus mostra-lhe quem são, como começaram e o que fizeram para chegar ao topo os gestores portugueses que marcaram o passado, os que dirigem a atualidade e os que prometem moldar o futuro. Histórias inspiradoras, contadas na primeira pessoa, por quem ousa fazer acontecer. Ouça outros episódios: