Pequim, não apenas rejeitou as acusações de Washington este fim de semana, como acusou os Estados Unidos de, nas ultimas semanas, virem a "provocar constantemente novas fricções económicas e comerciais, agravando a incerteza e a instabilidade das relações económicas e comerciais bilaterais", de acordo com um comunicado hoje divulgado pelo ministério chinês do Comércio.

Os Estados Unidos e a China chegaram a um acordo em maio para suspender temporariamente uma escalada comercial que tinha aumentado as tarifas sobre os produtos americanos para 125% e sobre os produtos chineses para 145%.

Após dois dias de reuniões em Genebra, Washington e Pequim concordaram em baixar os respetivos direitos aduaneiros durante 90 dias para 30% e 10%, respetivamente, e comprometeram-se a prosseguir as discussões com vista a chegar a um acordo comercial.

O secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, acusou Pequim de "atrasar a aplicação do acordo", em declarações à Fox News este domingo.

Os Estados Unidos também acusaram a China de não respeitar os termos do acordo de desanuviamento negociado há duas semanas entre os dois países na cidade suíça.

"Sem surpresa, a China violou totalmente o seu acordo connosco", denunciou o Presidente Donald Trump, sem especificar quais as ações levadas a cabo por Pequim.

Washington "fez acusações espúrias e acusou injustificadamente a China de violar o consenso, o que é totalmente contrário aos factos", reagiu o ministério, acrescentando que "Pequim rejeita firmemente estas acusações injustificadas".

O ministério chinês do Comércio afirmou ainda ter sido "firme na proteção dos seus direitos e interesses e sincero na aplicação do consenso".

Washington "tem introduzido sucessivamente uma série de medidas restritivas discriminatórias contra a China", acrescentou o comunicado, citando o controlo das exportações de chips de inteligência artificial e a revogação de vistos para estudantes chineses nos Estados Unidos.

"Exortamos os Estados Unidos a encontrarem uma base comum com a China, a corrigirem imediatamente as suas ações repreensíveis e a respeitarem conjuntamente o consenso alcançado nas conversações comerciais de Genebra", afirmou o ministério chinês do Comércio.

Caso contrário, "a China continuará resolutamente a tomar medidas fortes para defender os seus direitos e interesses legítimos", acrescentou.

APL // APL

Lusa/FimPequim