Num texto carregado de referências históricas e culturais, publicado na rede social X, Petro afirmou que "não apertava a mão a esclavagistas brancos", mas sim a "brancos libertários herdeiros de Lincoln e dos rapazes camponeses negros e brancos dos EUA".
"A Colômbia agora deixa de olhar para o Norte, olha para o mundo", escreveu o Presidente colombiano, antes de acrescentar: "O seu bloqueio não me assusta, porque a Colômbia, para além de ser o país da beleza, é o coração do mundo".
Petro realçou que se Trump coloca o "fruto do trabalho humano" da Colômbia com 50% de taxas alfandegárias para entrar nos Estados Unidos, então fará o mesmo.
"Os produtos norte-americanos cujo preço subir dentro da economia nacional deverão ser substituídos por produção nacional e o Governo ajudará neste propósito", escreveu o chefe de Estado colombiano.
A Colômbia impediu a entrada de aviões militares dos Estados Unidos da América que transportavam pessoas deportadas, com Petro a explicar que sempre aceitaram receber deportados, mas nunca vai aceitar que tal aconteça em voos militares e com as pessoas algemadas: "Não somos colónia de ninguém", escreveu na mesma rede social.
Em reação, Trump anunciou que irá aplicar tarifas, restrições de vistos e outras medidas de retaliação contra a Colômbia.
Entre as medidas retaliatórias, está a aplicação de tarifas de emergência de 25% sobre todos os produtos que entram nos Estados Unidos oriundos da Colômbia, que serão elevadas para 50% dentro de uma semana, de acordo com uma mensagem de Trump na rede social Truth Social.
As sanções abrangem ainda a proibição de viagens e a revogação imediata de vistos para os funcionários do Governo colombiano e aliados e apoiantes do regime de Gustavo Petro, bem como eliminação de vistos para todos os membros do seu partido e familiares.
As trocas comerciais entre Estados Unidos e Colômbia representavam, em 2022, 53,5 mil milhões de dólares, com os Estados Unidos a beneficiarem de um excedente comercial de 3,9 mil milhões, de acordo com dados do Governo norte-americano. No entanto, em alguns produtos, a Colômbia está no topo das transações: O país andino representava, em 2023, mais de um quarto das importações de café não-torrado dos Estados Unidos.
Os dois países têm parcerias no terreno há décadas no contexto do combate ao tráfico de droga.
TDI (RJP)
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