
Portugal considerou esta segunda-feira que o acordo comercial alcançado no domingo entre os Estados Unidos e a União Europeia "traz estabilidade", mas defende a eliminação de barreiras ao comércio com os EUA, enquanto promete apoios às empresas nacionais.
"O acordo comercial UE-EUA traz previsibilidade e estabilidade, ao evitar uma guerra comercial em escalada ", afirma, num comunicado enviado à Lusa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).
O Governo português "saúda e agradece" à Comissão Europeia "o empenho para conseguir esta plataforma de estabilização das relações comerciais".
Enquanto se aguarda um "conhecimento detalhado dos termos e impacto" do acordo, o executivo destaca que foram salvaguardados "alguns pontos críticos".
"Seja como for", sublinha o ministério liderado por Paulo Rangel, "nada substitui a liberdade de comércio".
"Por isso, é fundamental que a UE e Portugal não desistam de se bater pela progressiva redução e eliminação de direitos aduaneiros e barreiras equivalentes ao comércio com os EUA, bem como com os restantes parceiros comerciais", salienta a nota do MNE.
Executivo de Luís Montenegro promete apoiar empresas portuguesas
"Dentro deste novo quadro, as empresas portuguesas podem contar com a total cooperação do Governo português para mitigar efeitos negativos e facilitar o acesso a novos mercados", adianta.
O Governo reafirma ainda a importância de os 27 fomentarem "novos acordos de comércio livre" e de "acelerar a entrada em vigor dos já negociados, designadamente do Mercosul".
O acordo comercial anunciado no domingo em Turnberry, na Escócia, pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, fixa em 15% as tarifas aduaneiras norte-americanas sobre os produtos europeus.
O acordo prevê também o compromisso da União Europeia (UE) sobre a compra de energia norte-americana no valor de 750 mil milhões de dólares (cerca de 642 mil milhões de euros) - visando nomeadamente substituir o gás russo - e o investimento de 600 mil milhões adicionais (514 mil milhões de euros), além de aumentar as aquisições de material militar.
As duas principais potências comerciais trocam diariamente cerca de 4,4 mil milhões de euros em bens e serviços, e Washington ameaçava impor, já a partir de 01 de agosto, tarifas aduaneiras de 30% sobre todas as importações europeias.