A atriz Karla Sofía Gascón, protagonista em “Emilia Pérez”, defendeu-se após terem sido descobertas várias publicações suas de natureza racista, no X.

Em entrevista ao programa “CNN En Español”, Gascón lamenta ter sido “julgada, condenada, sacrificada". "Fui crucificada e nem me posso defender”, disse.

Nessas publicações, entretanto apagadas, assim como a conta de Gascón no X, a atriz insultou George Floyd, um homem negro cuja morte às mãos da polícia norte-americana impulsionou o movimento Black Lives Matter ("um drogado") e teceu comentários insultuosos para com muçulmanos e asiáticos, por ocasião da cerimónia de entrega dos Óscares de 2021.

“Identifico-me muito com as pessoas que foram expulsas de autocarros devido à cor da sua pele”, disse agora. “Identifico-me com as pessoas que eram odiadas apenas por existirem, tal qual sou odiada neste momento”.

Gascón, que se tornou na primeira atriz transgénero a ser nomeada para um Óscar, desfez-se ainda em lágrimas perante as câmaras: “Não sou racista”, garantiu. “Peço desculpa a todos os que se sentiram ofendidos com a forma como me expressei no passado, como me expresso no presente e como me expressarei no futuro”.

“Ainda não parei de receber ódio, ameaças de morte, insultos, abusos. Não vi ninguém, em lado nenhum, a defender-me. Ninguém levantou um dedo que fosse pela mudança”.

Quanto ao teor das suas publicações, Gascón definiu-as como “irónicas, sarcásticas e exageradas”. “Apoio, obviamente, o movimento Black Lives Matter”, rematou.

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