
O projeto já estava a ser pensado "há bastantes anos", mas só agora a organização conseguiu os apoios necessários à viabilização da primeira edição do festival, explicou à Lusa o empresário e produtor de origem guineense Hernâni Miguel, presidente da Boka Mundo, coletivo que reivindica um "olhar para a identidade africana com atualidade", no sentido de integrar as culturas negras "no coração da cidade".
"O objetivo declarado é interligar, promover, divulgar e aproximar as 'Áfricas' ao contexto da língua portuguesa e à cidade de Lisboa, por extensão", lê-se na página da Boka Mundo, que assinala o "particular simbolismo" de a iniciativa se estrear no ano em que se celebram os 50 anos das independências dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.
"Esperemos que este festival continue, pois é nossa intenção que ele permaneça na cidade", afirmou Hernâni Miguel, realçando que o objetivo, em futuras edições, é "levar grandes músicos às periferias" da capital.
Antes disso, o festival vai ocupar o centro da cidade, mais concretamente o Cinema São Jorge, com um tributo ao cinema (passando os filmes "Cesária", de Ana Sofia Fonseca, e "O grande Kilapy", de Zezé Gamboa) e o Capitólio, com desfiles, bancas gastronómicas e culturais e as atuações de Karyna Gomes e Maria Alice -- tudo com entrada gratuita.
"Ser africano no século XXI -- seja na diáspora ou nos países de origem -- comporta uma série de desafios civilizacionais. Para os enfrentar é necessário confrontar realidades distintas e marcar uma presença positiva num mundo mais aberto à diversidade, mas mais disperso nos valores humanitários", assume a organização.