
Cristina Ferreira está no centro da polémica após uma declaração no Dois às 10, de ontem, 2 de junho, no Dois às 10. Tudo aconteceu quando comentava o crime de Oliveira do Bairro, em que Conceição morreu às mãos do ex-namorado Jair.
“(…) Porque eu não sei se esta mulher, depois do baile, entrou num carro com ele e aí, se calhar, é que se pôs a jeito para que isto acontecesse. E, portanto, hoje em dia é mesmo não confiar em ninguém, nem na pessoa de quem mais gostamos. Lamento dizer isto, mas é verdade. E sabíamos que a São já não queria grandes coisas com este homem, mas supostamente acabou morta”, afirmou.
Leia ainda: Cristina Ferreira emociona-se em direto: “A vida é isto, por muito que pareça uma tormenta…”
“O apontar do dedo não contribuiu para o combate urgente da violência doméstica”
A expressão “pôs-se a jeito” gerou uma grande polémica e a apresentadora foi alvo de várias críticas. Após ter sido alvo de vários comentários, esta terça-feira, 3 de junho, Cristina Ferreira recorreu às redes sociais para justificar as suas palavras.
“Não tenho por hábito comentar polémicas da Internet mas como não posso compactuar com a desinformação e a caça ao like tenho de me manifestar. Ontem, na crónica criminal do programa, espaço que nos últimos anos muito tem contribuído para a informação, alerta e até mudança na justiça portuguesa, falámos, infelizmente, de mais uma mulher morta. Na sequência do debate falei dos tempos que correm e de como não podemos já confiar em ninguém. O alerta tinha o propósito da defesa de cada um de nós em relação a desconhecidos ou relações abusivas e controladoras. A frase ‘pôs-se a jeito’ usada, no contexto, tinha tudo menos o propósito de culpabilizar a mulher, aliás o que se pretende é exatamente o contrário”, começou por afirmar.
A comunicadora lamenta a “avalanche de discurso de ódio” que foi feito a seu respeito e que, no seu entender, tira o foco do que é importante. “Retirada do contexto, a frase provocou uma avalanche de partilhas e discurso de ódio que vão exatamente no sentido contrário daquilo que apregoam algumas das vozes que se manifestam no combate à violência. O apontar do dedo e a procura do erro no outro, de forma enviesada, não contribuiu para o combate necessário e urgente, da violência doméstica. Estimular discursos de ódio não favorecem uma sociedade melhor. A voz de cada um deve ser usada para a criação de empatia, discussão informada e alteração de comportamentos que infelizmente me parecem viver um retrocesso”, destacou.
Para finalizar, Cristina Ferreira garantiu que este episódio não a abalou: “Posto isto, vou continuar, no espaço que tenho profissional, a usar a minha voz e a dos meus convidados, psicólogos, advogados e inspetores da polícia, para o alerta, a informação e divulgação de tudo o que nos pareça essencial para uma sociedade melhor. Trabalho que faço há 20 anos. É no amor que evoluímos. Nunca no ódio”.
Veja também: Cristina Ferreira revela detalhes da acusação de Manuel Marques: “Mordidelas infligidas pelo próprio pai”
Texto: Carolina Marques Dias Fotos: redes sociais