Após três horas de debate, o governo caiu. A moção de confiança apresentada pelo executivo chefiado por Luís Montenegro foi rejeitada e leva agora a eleições precipitadas.

No centro da questão está a realização de uma comissão parlamentar de inquérito exigida pelos socialistas desde o início da polémica que envolve o Primeiro-Ministro, a família e uma empresa.

Luís Montenegro já falou ao país: “Eu queria dirigir uma palavras aos portugueses que estão preocupados e apreensivos e também perplexos com o desfecho da votação desta moção de confiança”, começou por dizer.

“Degradação política e impasse”

“Tentámos tudo o que estava ao alcance para tentarmos no ambiente do escrutínio parlamentar conciliar a visão do parlamento e do maior partido de oposição (…) mas o PS manteve se intransigente na sua proposta de ter uma comissão parlamentar de inquérito prolongada no tempo. Com isto querem degradação política e o impasse gerado com a comunicação do governo”.

No seguimento, acrescentou: “Apesar de o país não perceber porque vai a eleições tendo o governo uma avaliação globalmente positiva em todo o contexto numa perspectiva internacional complexa e exigente, num contexto em que nós aparecemos como um país com estabilidade política, económica, financeira… e condições”.

Por fim, volta a culpar o partido socialista: “Só havia uma forma de ter uma possibilidade de evitar isso e era conciliar a legitimidade do governo com a aprovação da moção de confiança..e realizarmos a comissão parlamentar de inquérito (…) Quem sai fragilizado daqui é o país e eu lamento imenso”.

Texto: Maria Constança Castanheira; Fotos: Impala