Deixou tudo para trás e entrou no reality show da TVI, Dilema, permitindo que os portugueses a conhecessem um bocadinho melhor. Rosa Bela, 33 anos, não se arrepende, mas estava na expectativa que pudessem surgir novas oportunidades de trabalho no mundo da representação. “Não vou ser hipócrita e dizer: ‘Apetecia-me muito entrar num reality show, era o meu sonho de vida’, não, não era, de todo.

Fiquei muito assustada com o convite e eles ligaram-me um mês antes, portanto eu tive um mês ali para pensar, sofrer por antecipação, de não conseguir dormir, porque no fundo eu já venho com algum preconceito, não é? Pela minha relação, ou se calhar o preconceito também é um bocado meu, de achar que as pessoas têm preconceito, mas de facto existe, porque eu sinto isso, principalmente a nível profissional.

E nós também sabemos que existe sempre um preconceito com reality shows em Portugal”, começa por afirmar, continuando: “Quando o convite surgiu, eu pensei: ‘Posso tornar esta minha participação numa coisa benéfica para mim. Vou tentar fazer disto uma coisa boa e não pensar só na parte negativa’. E, de facto, o que é que eu pensei? ‘Vou esperar que isto me possa abrir portas e que finalmente uma oportunidade consolidada possa surgir no meio da representação’. Mas a verdade é que também não entrei com essa expectativa porque eu sei como é que funciona o meio da televisão e sei que não é assim tão fácil. Portanto, eu tentei. Fui com a esperança, mas não com a expectativa de ‘agora vou sair e vai surgir uma oportunidade incrível na TVI, numa novela’. Aproveitei para viver a experiência e para mostrar um pouco daquilo que eu sou. Eu acho que isso foi um objetivo extremamente cumprido e já estou feliz por isso. Quando saí, deixei que as coisas acontecessem. Portanto, não fiquei desiludida, não fiquei deprimida, não fiquei à espera no sofá.” No entanto, a verdade é que as oportunidades no meio televisivo ainda não surgiram.

Ainda assim, questionada sobre se aceitaria entrar no Desafio Final, a atriz mostra-se perentória. “O convite não surgiu. Eu também não estava à espera que surgisse, porque eu acho que este Desafio Final era uma coisa mais aguerrida, mais a ferro e fogo, portanto eu acho que não teria capacidade emocional. Também estou num outro patamar da minha vida, acho que me ia resguardar um pouco mais se entrasse, porque sinto que já tenho alguma responsabilidade pública, portanto acho que não me apetecia muito perder as estribeiras e mostrar um lado da Rosa que não interessa”, afirma.

Pouco reconhecido pela classe

O companheiro de Rosa, Carlos Areia, é o protagonista do filme de Diogo Morgado, O Lugar dos Sonhos, e a atriz mostra-se muito orgulhosa. “O Carlos está muito expectante. Eu estou feliz por ele ser protagonista e estou a torcer para que este ano ele seja nomeado para um Globo de Ouro de Melhor Ator de Cinema, estou mesmo. Tenho a certeza que ele fez um trabalho extraordinário. Acho que, para ele, chegar aos 81 anos e ser reconhecido com este protagonista é a cereja no topo do bolo e acho que qualquer ator merece esse reconhecimento”, revela, confessando que acredita que, ao longo da carreira, Carlos Areia não tem sido reconhecido como deveria. “Pelo público, ele é extremamente reconhecido, mas na classe artística podia ser mais.”

O casal vive uma relação sem preconceitos, motivada pela diferença de idades, mas Rosa Bela revela que “as pessoas são muito curiosas. Querem saber muita coisa e eu lido bem com isso. Acho que é a curiosidade e isso é normal. Ele também acha natural. E acabo por responder, porque eu acho que têm de ser assuntos banais. As pessoas abordam-nos e são muito queridas. E claro, depois do Dilema muito mais, sinto que há uma aceitação maior, porque também existiu uma exposição maior, tanto dele cá fora como eu lá dentro. Portanto, sim, o público está bastante recetivo e gosta muito. Claro que há sempre quem não gosta e está tudo bem. E eu também respeito, desde que as pessoas não me faltem ao respeito a mim ou a ele”, explica. Por vezes, nas redes sociais, a artista faz questão de esclarecer algumas curiosidades do público. “As pessoas têm uma curiosidade mais… pessoal, mais íntima, do facto de eu ser uma jovem e ele ser uma pessoa com uma diferença de idade… e como é que as coisas funcionam sexualmente. Eu, por acaso, não respondo, porque é uma coisa muito pessoal, mas também não tenho problema algum com isso. Eu acho que cada caso é um caso e está tudo certo. As pessoas podem ter uma relação sexual bastante ativa até, sei lá, aos 90 anos, porque depende muito da pessoa.”

Para 2025, o desejo de casar e ser mãe mantém-se. “Já temos data, mas ainda não está marcado. Vamos tentar que seja uma coisa mais reservada e será no verão, no calor”, garante.

Texto: Sofia Pinto (sofia.pinto@worldimpalanet.com) Fotos: Arquivo Impala e Reprodução TVI