O sistema elétrico de uma moto é muitas vezes subestimado até que algo corre mal. Problemas como falhas na ignição, oscilações no acelerador ou luzes traseiras com mau funcionamento podem ser frustrantes e, em alguns casos, perigosos. Para ajudar os motociclistas a lidar com estas situações, reunimos cinco dicas essenciais de um especialista.

1. Medir voltagem sem danificar conectores

Quando se trata de testar a voltagem num circuito sem comprometer os conectores, uma solução simples e eficaz é utilizar alfinetes de segurança. Inseridos cuidadosamente por baixo da borracha de proteção do conector, estes permitem aceder à corrente sem causar danos permanentes. Para quem precisa de medições em movimento, pode-se atar um fio ao alfinete, soldá-lo e isolá-lo com tubo termo-retráctil, criando assim um ponto de medição remoto seguro e eficaz.

2. Diagnosticar problemas no acelerador

Inconsistências na resposta do acelerador podem ser um pesadelo para os motociclistas. Muitas vezes, estas falhas estão relacionadas com o sensor de posição do acelerador (TPS). Um voltímetro pode fornecer informações instantâneas sobre a voltagem do sensor, mas para detetar flutuações momentâneas, um osciloscópio é a ferramenta ideal. Um gráfico de voltagem pode revelar falhas na conexão, resultantes do desgaste num determinado ponto do sensor, o que pode causar surtos inesperados de aceleração.

3. Identificar e corrigir problemas com a massa

Se os faróis traseiros estão fracos ou apagam ao accionar os travões, o problema pode estar na ligação à massa. Um teste rápido com uma lâmpada de teste permite verificar se a corrente está a circular correctamente. A iluminação fraca da lâmpada de teste pode indicar que a corrente está a ser desviada de forma incorrecta. Nestes casos, verificar e restaurar um bom contacto com a massa é fundamental para o funcionamento adequado do sistema eléctrico.

4. Criar conectores personalizados

Se um conector queimado ou partido não tiver peças de substituição disponíveis, é possível fabricar um de raiz. Comece por crimpar os fios com os pinos adequados e aplicar tubo termo-retráctil para proteção. Em seguida, utilize vaselina como agente desmoldante antes de preencher o conector com silicone de alta qualidade. Assim, após a cura do material, terá um conector resistente e funcional sem precisar de substituir todo o chicote elétrico da mota.

5. Detectar falhas em cablagens

Problemas eléctricos nem sempre resultam de fios partidos; cabos com resistência elevada podem comprometer o funcionamento do sistema. Para identificar estes problemas, é recomendável medir a queda de tensão ao longo do circuito. Se houver uma perda de tensão superior a 0,1V por conexão ou mais de 3% ao longo da cablagem, o problema pode estar na degradação do fio. Nestes casos, substituir o cabo afetado pode evitar falhas críticas no arranque e na ignição.

O sistema elétrico de uma moto é um dos componentes mais sensíveis e essenciais para a segurança e o desempenho. Com estas cinco dicas, os motociclistas podem resolver problemas comuns e garantir que a sua mota está sempre pronta para a estrada.