
Num mundo onde as motos elétricas ainda são muitas vezes vistas como brinquedos caros ou modas passageiras para influenciadores de Instagram, eis que surge a Zeno Emara — uma proposta com os pés (e rodas) bem assentes na terra. Criada por um antigo executivo da Tesla, Michael Spencer, a Emara tem uma missão clara: eletrificar o dia a dia de quem realmente precisa de uma moto… sem rebentar a carteira.
Uma elétrica pragmática, e ainda por cima barata
À primeira vista, a Emara não grita luxo nem desporto. Mas por baixo daquele aspeto robusto esconde-se um coração elétrico bastante engenhoso:
- Bateria de 4 kWh e motor de 8 kW (10,7 cv)
- Autonomia real de cerca de 100 km e velocidade máxima de 95 km/h
- Quatro modos de condução, para escolher entre poupança e performance
- Carregamento rápido em 1,5h numa estação pública (ou 6h em casa)
- E, sim… tudo isto por menos de 1.500 dólares (cerca de 1.400€)!
E como se não bastasse, a Zeno oferece um modelo de subscrição da bateria, permitindo comprar a moto por cerca de 900€ e pagar apenas pela energia que se consome. Uma abordagem digna da Netflix das duas rodas.

Construída para trabalhar, não para “likes”
A Emara é funcional até ao tutano: guarda-lamas elevado, ecrã discreto, banco corrido, 19 cm de altura ao solo, capacidade para transportar até 250 kg e até enfrentar subidas de 30 graus. Com caixas de carga opcionais, esta elétrica está pronta tanto para entregas como para o mercado africano, onde a mobilidade sobre duas rodas é uma necessidade básica — não um luxo.
Tecnologia com pedigree Tesla (sem os delírios do Elon)
O currículo dos fundadores impressiona: Tesla, Apple, Ola Electric, Ather… gente que sabe o que faz. Mas ao contrário de certos visionários de foguetes, aqui a ambição não é colonizar Marte, é ajudar estudantes, estafetas e trabalhadores urbanos a moverem-se de forma económica e sustentável.
E na Europa? Há esperança.
Apesar do estilo algo utilitário, é difícil não imaginar a Emara a circular por Lisboa, Porto ou Madrid — especialmente com os incentivos à mobilidade elétrica e as zonas de emissões reduzidas a multiplicarem-se como scooters em hora de ponta.
Nos Estados Unidos, onde o culto das “Harleys” ainda reina, será mais difícil. Mas com o combustível a subir e as cidades a apertarem o cerco aos motores de combustão, até o americano médio poderá começar a olhar para esta pequena guerreira com outros olhos.
A revolução elétrica pode não vir embrulhada em carbono ou cromado… mas se vier com bateria amovível e menos de 1.500 euros, acreditem: vai dar que falar.