
Com o objetivo de assinalar a passagem dos 189 anos, a Companhia das Lezírias organizou a conferência “Sustentabilidade e Competitividade: uma união ou um conflito?”, que reuniu no icónico Palácio do Infantado, em Samora Correia, um conjunto de especialistas do setor agrícola.
Sónia Ferreira, Vogal do Conselho de Administração da Companhia das Lezírias, teve a seu cargo a abertura da conferência, que uniu nos territórios da Companhia das Lezírias, alguns dos mais importantes conhecedores do setor.

Considerando que a agricultura, a floresta e a defesa da biodiversidade do património natural enfrentam novos desafios, nomeadamente “um clima cada vez mais acesso e disponibilidade de recursos hídricos complexos”, Sónia Ferreira relembrou que existe uma economia associada ao setor que é necessária preservar e promover. “É nesta importante relação, em que ambos os lados devem andar a par e passo, que surge a pertinência de organizar esta conferência”, salientou.
A administradora referiu que esta foi uma oportunidade para reunir num só espaço, técnicos, investigadores e decisores, o que valoriza o evento, mas também cria redes de colaboração, “que não se devem esgotar no dia de hoje”.
Sónia Ferreira recordou o papel da Companhia das Lezírias no setor, que por ser a maior exploração agro pecuária do país e uma referência na boa gestão pública, tem “o dever de liderar pelo exemplo”, considerando que isso tem vindo a ser feito, recordando que a empresa possui já uma vinha biológica certificada, a gestão sustentável do montado, projetos de conservação e biodiversidade e parcerias com centros de investigação e universidades.
“Não nos limitamos a produzir produtos de qualidade, também inovamos, experimentamos, exploramos e abrimos caminho para um futuro de oportunidades que exige de todos nós muita responsabilidade na gestão dos recursos naturais”, considerou.
Para a responsável, a Companhia das Lezírias deve liderar pelo exemplo. “Temos de preparar a Companhia das Lezírias e a agricultura nacional para liderar em toda a linha: queremos ser inovadores e únicos no que produzimos e diferenciados pelas práticas sustentáveis sob as quais produzimos”, concluiu, salientando que deseja que esta tenha sido uma conferência que marque um ponto de viragem na agricultura e na visão que até aqui tem sido seguida pelo setor.

João Duque, Presidente do ISEG, Lisbon School of Economics & Management, interveio na conferência, dando depois a sua visão sobre o setor, que considera fundamental na economia portuguesa, e que detém uma grande margem de progressão.
A manhã contou depois com dois painéis que debateram a importância do equilíbrio entre as boas práticas ambientais e a viabilidade económica do agronegócio de olhos postos num futuro sustentável para o setor em Portugal.
O primeiro painel do dia contou com as presenças de Henrique Pereira dos Santos, Arquiteto Paisagista; Luís Rochartre Álvares, Sustainability │ Business Transformation Executive; Teresa Andresen, Arquiteta Paisagista e Nuno Oliveira, especialista em Natural Business Intelligence.
No segundo foram oradores João Coimbra, responsável da Quinta da Cholda Sociedade Agrícola; Luís Souto Barreiros, por parte da Agência para o Clima, Rodrigo Tavares , Professor Catedrático na Nova SBE; e Rui Veríssimo Baptista, Vogal do Conselho de Administração da Companhia das Lezírias, que debateram os principais desafios e oportunidades para garantir a sustentabilidade da agricultura portuguesa.
Eduardo Oliveira e Sousa, Presidente do Conselho de Administração da Companhia das Lezírias, encerrou a conferência, onde fez notar a importância da entidade para o setor agrícola, florestal e também da conservação da natureza, de onde destacou a importância do projeto Evoa.
Oliveira e Sousa destacou ainda a importância desta conferência, que marcou o arranque de um debate que se deseja amplo e que deverá ter eco nas decisões dos políticos, que considerou terem o dever de olhar de outra forma para a agricultura, que é atualmente um dos maiores ativos de Portugal, e que necessita de maior atenção.