Mais de 80 grupos públicos, com dezenas de milhares de membros, estão sendo usados para contornar verificações de antecedentes e requisitos de habilitação, permitindo que indivíduos se façam passar por motoristas e entregadores credenciados.

Grupos de Facebook estão facilitando a compra, venda e aluguel de contas de motoristas da Uber, DoorDash e Deliveroo, expondo sérios riscos à segurança de usuários dessas plataformas.

De acordo com um novo relatório da organização sem fins lucrativos Tech Transparency Project, mais de 80 grupos públicos estão sendo usados para esse mercado negro, com mais de 22.000 membros, permitindo que indivíduos contornem verificações de antecedentes e requisitos de habilitação, criando uma brecha para fraude e segurança.

Esses grupos, como o “UBER ACCOUNT FOR RENT WORLDWIDE”, são usados por motoristas e entregadores para comprar e vender contas, permitindo que criminosos se façam passar por motoristas e estafetas licenciados.

A diretora do Tech Transparency Project, Katie Paul, expressou preocupação com o risco potencial para consumidores, especialmente mulheres, que dependem das plataformas para segurança nas viagens e entregas.

A Meta, empresa-mãe do Facebook, afirmou que tomará ações contra os grupos que violam suas políticas, removendo cinco grupos, incluindo o mais popular, por sua vez, plataformas como a Uber, DoorDash e Deliveroo garantiram que a partilha de contas é proibida em seus termos de serviço e que estão intensificando esforços para identificar fraudes.

A DoorDash, por exemplo, está implementando verificações de identidade mais frequentes, incluindo selfies em tempo real, para combater a fraude de contas, a Uber também enfatizou que quando identifica contas fraudulentas, elas são banidas e os responsáveis são encaminhados às autoridades.

Apesar das medidas de segurança, o relatório do Tech Transparency Project aponta que a Meta precisa intensificar a moderação humana para combater essa prática, uma vez que sua abordagem automatizada não está sendo suficiente para barrar os criminosos.

Essa prática ilegal não é nova. Em 2019, a Uber enfrentou preocupações de segurança em Londres quando motoristas não autorizados conseguiram acessar a plataforma usando contas de motoristas legítimos.

Além disso, em fevereiro de 2025, um incidente envolvendo a Uber Eats foi registrado, quando um homem, usando uma conta fraudulenta, fez uma entrega em nome de uma mulher e foi acusado de agressão sexual.

Com a continuação dessas atividades fraudulentas, as empresas têm intensificado os esforços para proteger a integridade das suas plataformas, mas a luta contra a fraude nas contas de motoristas e estafetas parece longe de ser resolvida.