
A Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBi) enviou esta terça-feira uma carta aberta ao director nacional da Polícia de Segurança Pública, manifestando preocupação com uma operação de fiscalização focada em utilizadores de bicicletas e trotinetas, realizada no Porto «na semana que antecede o Dia Mundial da Bicicleta».
A operação foi centrada em infracções cometidas por utilizadores de bicicletas e trotinetas, «e poderá vir a ser replicada noutras cidades do país» segundo a MUBi, que alerta «para os riscos de uma abordagem desproporcionada que possa desincentivar modos de transporte sustentáveis».
Ao mesmo tempo, apela a «uma actuação orientada por critérios de proporcionalidade, centrada nas infracções com maior impacto na segurança e na saúde pública».
Na carta, que a MUBi enviou também ao Diário do Distrito, considera que partilha «o compromisso com a importância de reduzir o perigo rodoviário para todos os utilizadores do espaço público. No entanto, alertamos para os riscos de uma abordagem desproporcionada, que possa penalizar modos de transporte universais, benignos e sustentáveis, desencorajando inadvertidamente a sua utilização.»
O apelo feito ao director da PSP é no sentido de que seja garantido que «a actuação da PSP é orientada por princípios de proporcionalidade, com prioridade para infracções com maior impacto na segurança e na saúde pública, como excesso de velocidade, estacionamento abusivo, desrespeito por atravessamentos pedonais e pela obrigação de ocupar a via adjacente na ultrapassagem de velocípedes».
A MUBi pretende também que estas ações «promovam uma abordagem pedagógica e preventiva, especialmente no que respeita a utilizadores de modos activos de mobilidade, muitos dos quais circulam em contextos com fraca infraestrutura e sinalização» e «envolvam a sociedade civil e associações como a MUBi em campanhas de sensibilização, contribuindo para uma cultura rodoviária mais segura, inclusiva e responsável».
A MUBi afirma estar «disponível para colaborar com a PSP no desenho de estratégias que promovam a segurança rodoviária sem comprometer os avanços na mobilidade activa».