
Foi num ambiente informal e acolhedor que decorreu mais uma sessão de partilha e reflexão com Carlos Tê, reconhecido letrista e escritor, e Beatriz Leite, jornalista em início de carreira. O evento, centrado no papel da escrita e da música no imaginário cultural contemporâneo, decorreu com forte participação do público, refletindo um interesse marcado por temas como o processo criativo e os caminhos da inspiração.

Durante a conversa, Carlos Tê destacou três pontos essenciais da noite: a curiosidade genuína sobre o futuro da música, a desmistificação do conceito de inspiração, que segundo o autor é antes fruto de trabalho e organização de ideias, e a qualidade das perguntas colocadas, que o levaram a recuperar memórias e argumentos nem sempre presentes no quotidiano.
Questionado sobre o início do seu percurso, Carlos Tê recordou os tempos em que a amizade e o gosto comum por discos serviram de base a parcerias musicais, referindo que foi nesse contexto que surgiu a sua ligação à escrita de letras para canções. Sublinhou ainda a importância da leitura e do contacto constante com a linguagem para quem pretende escrever, alertando para o risco do “apagão de imaginação”.

A terminar, o autor agradeceu a oportunidade de estar presente, classificando o seu percurso artístico como um prolongamento lúdico da infância, um privilégio que o faz sentir-se jovem sempre que compõe. Num tom descontraído, reafirmou que, mesmo aos 70 anos, a música e as palavras continuam a ser o seu espaço de criação e liberdade.