A Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo lançou o concurso para construir as infraestruturas hidráulicas de fornecimento de água à ETA da Póvoa, no concelho de Castelo de Vide, num investimento superior a 14,8 milhões de euros.

O procedimento, cujo anúncio foi publicado hoje em Diário da República (DR), faz parte do Empreendimento do Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato (EAHFMC), também conhecido por Barragem do Pisão, no distrito de Portalegre.

De acordo com o anúncio do concurso público, consultado hoje pela agência Lusa, o prazo de execução da obra é de 365 dias, devendo os interessados apresentar propostas até ao dia 22 deste mês.

Contactada pela Lusa, fonte da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA) explicou que este procedimento até já tinha sido lançado anteriormente, mas, como não estava em conformidade, foi corrigido, tendo, agora, sido publicado novo concurso público, que tem como preço-base 14.808.038,04 euros.

O presidente da Câmara de Crato, Joaquim Diogo, realçou também à Lusa que as infraestruturas hidráulicas de ligação à Estação de Tratamento de Água (ETA) de Póvoa são “uma das principais obras” no âmbito da construção da Barragem do Pisão.

Segundo o autarca, a empreitada vai “reforçar e equilibrar” o abastecimento público de água a cerca de 55 mil pessoas residentes em oito concelhos: Crato, Castelo de Vide, Gavião, Ponte de Sor, Fronteira, Nisa, Sousel e Alter do Chão.

Esta obra, precisou Joaquim Diogo, contempla a construção de uma conduta “com cerca de 20 quilómetros de extensão” até à ETA de Póvoa.

O financiamento do projeto da Barragem do Pisão, no concelho de Crato, transitou do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em março deste ano para o Orçamento do Estado (OE) e passou de 151 para 222 milhões de euros.

Segundo a CIMAA, entidade responsável pela execução do projeto, a obra inclui ainda a construção de uma central fotovoltaica flutuante, de 150 megawatts (MW), num valor de cerca de 51 milhões de euros.

Entre outras componentes, o projeto contempla, além da barragem e da central fotovoltaica, uma central mini-hídrica e canais para regadio agrícola e sistema de abastecimento público de água.

A albufeira, uma reivindicação histórica da região, vai surgir numa área de 10.000 hectares, ficando submersa a aldeia de Pisão, que atualmente conta com cerca de 70 moradores e 110 casas.