
Os dados mais recentes do Inquérito à Avaliação Bancária na Habitação, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), revelam que o valor mediano de avaliação bancária em Portugal aumentou 9,3% em 2024, atingindo 1 662 euros por metro quadrado no conjunto do ano. Em dezembro, o valor subiu para 1 747 euros/m², o que representa um aumento de 13,7% em termos homólogos.
No entanto, o Alentejo destaca-se por apresentar os valores mais baixos entre as regiões do continente, com um crescimento anual moderado, evidenciando as desigualdades regionais no setor habitacional.
Em 2024, o valor mediano de avaliação bancária no Alentejo foi de 1 240 euros/m² para apartamentos, um dos valores mais baixos do país, e de 1 029 euros/m² para moradias. Apesar de um aumento homólogo de 6,5% nas moradias, o menor crescimento entre todas as regiões foi registado nos apartamentos, que sofreram uma descida de 1,7%. Estes dados colocam o Alentejo atrás de regiões como o Algarve, onde o valor mediano das moradias atingiu 2 450 euros/m², e a Grande Lisboa, com 2 445 euros/m².
Dentro da região, as diferenças tornam-se ainda mais evidentes. O Alto Alentejo registou valores particularmente baixos, situando-se 49,1% abaixo da média nacional. Apenas o Alentejo Litoral apresentou uma ligeira proximidade à média, com valores 2,1% acima da mediana do país.
A nível nacional, os apartamentos apresentaram um valor mediano de 1 851 euros/m², com um crescimento de 9,3% em relação ao ano anterior. As tipologias T2 e T3, que representaram 92,2% das avaliações de apartamentos, registaram aumentos para 2 006 euros/m² e 1 742 euros/m², respetivamente. As moradias, por sua vez, atingiram um valor mediano de 1 287 euros/m², traduzindo um crescimento anual de 8,6%.
Entre as regiões, a Grande Lisboa liderou os valores de avaliação, com 2 596 euros/m² nos apartamentos e 2 445 euros/m² nas moradias. O Algarve seguiu de perto, com valores igualmente elevados, evidenciando a procura crescente por habitação nestas áreas metropolitanas e turísticas.
Por outro lado, o Alentejo e as regiões das Beiras continuam a refletir os desafios de desenvolvimento económico e demográfico, com valores significativamente inferiores à média nacional.
Foram realizadas cerca de 37,2 mil avaliações bancárias em dezembro, número idêntico ao mês anterior, mas com um aumento de 26,1% em termos homólogos. No total de 2024, a Grande Lisboa e o Algarve concentraram a maior parte das avaliações, refletindo uma dinâmica de mercado mais aquecida. O Alentejo, apesar do aumento moderado nos valores de avaliação, registou uma atividade mais contida, evidenciando a menor pressão sobre o mercado habitacional.
Apesar de um leve crescimento em 2024, os valores de avaliação continuam muito abaixo da média nacional, o que reflete as dificuldades em acompanhar o dinamismo económico de outras regiões.