A sétima edição da MAPS — Mostra de Artes Performativas em Setúbal arrancou na noite de sexta-feira com um desempenho artística que transformou a Casa Bocage num espaço de reflexão e experimentação. Com o mote da “Diversidade”, a iniciativa organizada pela Câmara Municipal de Setúbal apresentou a obra “Movimentos Pendulares”, de Ian Cancino e Cristiano Marcelino, que explora a mobilidade urbana e a evolução dos transportes ferroviários, nomeadamente a Linha do Sado.

A abertura da edição deste ano da MAPS foi marcada por uma instalação-concerto imersiva, onde som, imagem e presença fundiram-se numa homenagem ao pulsar quotidiano dos trajetos pendulares da região. “Começou a viagem da MAPS. Este foi o ponto de partida de um percurso artístico que atravessa a cidade, com paragens em lugares inesperados, onde se escutam histórias, se revelam presenças e se celebra a diversidade”, destacou Pedro Pina, vereador da Cultura, sublinhando o compromisso da programação com a liberdade e a coragem de intervir artisticamente no espaço público.

O desempenho agora apresentada encerra um ciclo de três obras distintas, sob o mesmo tema, desenvolvidas ao longo de edições anteriores da mostra e sempre centradas na análise dos fluxos humanos e sociais dentro da malha urbana.

A programação estende-se até 19 de julho, com uma vasta oferta artística gratuita e de acesso aberto à população, onde se cruzam dança, teatro, instalação, desempenho, música e ativismo cultural.

Ainda este sábado, às 18h00, o Museu de Setúbal / Convento de Jesus acolhe “Alcindo Monteiro”, uma instalação dirigida por Gabriel Chaile, com curadoria da BoCA — Biennial of Contemporary Arts, evocando o jovem cabo-verdiano assassinado em 1995. A apresentação repete-se no domingo, à mesma hora.

À noite, às 21h30, sobe ao palco da Sociedade Musical União Setubalense a peça “Na Boca do Tubarão”, produção do Teatro do Imigrante, que aborda temas como imigração, exclusão social e resistência.

Já no domingo, às 10h30, o projeto PO.VOAR — Trilhos de Memórias ocupa o Centro de Cidadania Ativa com uma exposição e, às 11h00, promove um desempenho de rua no Bairro do Troino, partindo do Largo da Fonte Nova. Às 21h00, o Fórum Municipal Luísa Todi acolhe “Terminal (O Estado do Mundo)”, espetáculo da Formiga Atómica sobre alterações climáticas, com encenação de Miguel Fragata e música ao vivo de Manuela Azevedo e Hélder Gonçalves — o único evento pago da MAPS (12 euros).

Para os mais novos, o domingo à tarde no Parque do Bonfim traz três propostas do “Mini-MAPS”: “ALMEIDART” (15h00-18h00), “Não há duas sem três”, de Catarina Requeijo (16h00), e “A galinha da minha vizinha”, de Graça Ochoa (17h00).

Às 21h30, “Terra Cobre”, de João Pais Filipe e Marco da Silva Ferreira, fecha o domingo no espaço A Gráfica, cruzando dança, percussão e tradição chocalheira.