O Governo decidiu submeter uma moção de confiança à Assembleia da República, num momento em que se levantam dúvidas sobre a sua capacidade de continuar a governar. Esta iniciativa surge na sequência de críticas e suspeições que são lançadas sobre o primeiro-ministro, ainda que não tenha sido apontada qualquer ilegalidade. O Executivo considera que o atual clima de instabilidade compromete a governabilidade e o desenvolvimento do país, justificando assim a necessidade de uma clarificação política.

Desde a sua tomada de posse, o Governo defende que alcançou avanços significativos na gestão do país. A taxa de desemprego atingiu valores historicamente baixos, enquanto o emprego registou números recorde. Paralelamente, a economia portuguesa tem crescido acima da média europeia e a dívida pública tem vindo a reduzir-se consideravelmente, o que levou à recuperação do rating financeiro da República.

No setor das infraestruturas, foram anunciadas decisões estruturantes como a construção do novo aeroporto de Lisboa, a expansão da rede de alta velocidade ferroviária, uma nova travessia sobre o Tejo e o avanço do passe ferroviário verde. A habitação também está no centro das medidas, com a execução de um plano para a construção de 59 mil novas casas públicas.

Na segurança e justiça, o Governo destaca a aposta no policiamento de proximidade e no combate à criminalidade violenta, com especial atenção à violência doméstica. No setor da saúde, o Programa de Emergência e Transformação do SNS está em marcha, enquanto a educação tem sido alvo de reformas para modernização e melhoria das condições de ensino.

A oposição, no entanto, mantém um discurso de crítica constante, alimentando o que o Governo considera ser uma “espiral de suspeição sem fundamento”. O Executivo sublinha que todas as questões foram esclarecidas, mas que o atual cenário de desgaste e instabilidade prejudica o interesse nacional.

A moção de confiança pretende, assim, acabar com as incertezas e garantir que o Governo tem condições para prosseguir com a execução do seu programa, sem que estas dúvidas continuem a bloquear a sua ação. A votação no Parlamento será decisiva para definir o futuro político do país nos próximos tempos.