
O XXV Governo Constitucional entrou esta sexta-feira plenamente em funções, com a tomada de posse de 43 secretários de Estado, mais dois do que no anterior Executivo, numa cerimónia que decorreu ao meio-dia no Palácio da Ajuda, em Lisboa. A nova equipa liderada por Luís Montenegro apresenta mudanças significativas nas estruturas ministeriais, com destaque para a reorganização de pastas, substituições e rostos estreantes na política governativa.
Entre as novidades está Bernardo Correia, que deixa a direção da Google Portugal para assumir a Secretaria de Estado da Digitalização, no Ministério da Economia e da Reforma do Estado. Já Paulo Magro da Luz, ex-conselheiro de Carlos Moedas, fica responsável pela Simplificação.
No campo da diplomacia, Ana Isabel Xavier abandona a Defesa para se tornar Secretária de Estado da Cooperação, enquanto Emídio Sousa troca o Ambiente pelas Comunidades Portuguesas.
Este novo Executivo conta com 60 governantes, incluindo o primeiro-ministro, e apresenta 20 mulheres, menos quatro do que o anterior. Ainda assim, aumenta o número total de secretários de Estado e promove uma reformulação de cerca de 30% nas secretarias, com 13 novos nomes a integrar o elenco.
Entre as estreias no Governo, destacam-se Salvador Malheiro, ex-presidente da Câmara de Ovar e vice-presidente do PSD; João Manuel Esteves, ex-autarca de Arcos de Valdevez; o deputado e economista João Valle e Azevedo; Tiago Macieirinha, antigo assessor jurídico de Pedro Passos Coelho; e a especialista da OCDE em Ensino Superior, Cláudia Sarrico.
Onze secretários de Estado cessaram funções, entre eles José Cesário, nas Comunidades Portuguesas, Cristina Vaz Tomé, na Saúde, e Paulo Marcelo, na Presidência.
Nem todos os Ministérios sofreram alterações. Finanças, Coesão Territorial, Administração Interna, Infraestruturas, Habitação e Trabalho mantêm as suas equipas intactas. Já a Justiça conta agora com dois novos secretários de Estado, enquanto o Ministério dos Assuntos Parlamentares passa a ser o único sem secretarias de Estado próprias, após a transferência das áreas do Desporto e da Comunicação Social.
O novo Secretário de Estado da Imigração será Rui Freitas, que acumula o cargo com as funções de Adjunto da Presidência, demonstrando uma aposta na articulação entre pastas transversais.
A composição completa do Executivo reflete uma estratégia de renovação e reorganização do poder político, com figuras experientes e novos quadros que prometem dar novo fôlego à governação. Entre as pastas com maior visibilidade estão as Finanças, com Joaquim Miranda Sarmento a manter-se como ministro, a Defesa Nacional, entregue a Nuno Melo, e a Administração Interna, agora liderada por Maria Lúcia Amaral.
A Educação é outro dos pilares estruturantes do novo Governo, sob a tutela de Fernando Alexandre, com reforço nas áreas do Ensino Superior, Ciência e Inovação.
Por fim, no Ministério da Agricultura e Mar, destaca-se a nomeação de Salvador Malheiro para a área das Pescas, marcando o seu regresso à cena política nacional após o seu percurso autárquico.
O XXV Governo assume assim funções com o compromisso de responder às exigências da sociedade portuguesa, num contexto político marcado por desafios económicos, sociais e institucionais.