O fadista e engenheiro técnico agrário Nuno da Câmara Pereira, anunciado recentemente como cabeça de lista do partido Chega para as autárquicas em Belmonte, comunicou hoje, 15 de julho de 2025, que não irá avançar com a candidatura. A decisão surge após uma “reflexão pessoal” e reuniões com pessoas próximas, segundo nota enviada à agência Lusa

Em comunicado, Câmara Pereira denunciou a circulação de notícias que considerou “plantadas de forma cirúrgica”, indicando que estas visavam criar desconforto político. Referiu ainda que se viu envolvido num caso relacionado com uma herança familiar que continua sem decisão judicial — algo habitual em muitas famílias, frisou — e que levou o Chega a despender sobre a sua figura, retirando-lhe “confiança política”.

“Sinto que não pedi para ser candidato, e não serei cabeça de lista de quem tem dúvidas quanto à minha capacidade de cidadão livre e independente”, escreveu, acrescentando que a decisão respeita a sua liberdade pessoal. Também expressou o desejo de “deixar caminho livre” para novos candidatos e manifestou esperança de que a escolha que surgirá para Belmonte contribua positivamente para o futuro do concelho, ao qual tem forte ligação familiar e afetiva.

Nuno da Câmara Pereira, de 74 anos, tinha apresentado a ambição de candidatar-se em nome do Chega na semana anterior. Falava da necessidade de apoio à agricultura e da valorização do património histórico local, referindo-se mesmo às suas raízes familiares em Belmonte.

Atualmente independentes desde 2005, as eleições para a Câmara de Belmonte decorrem a 12 de outubro. O atual presidente, António Dias Rocha (PS), já cumpre o máximo de três mandatos e não se pode recandidatar. O PS escolheu Vítor Pereira (atual presidente da Câmara da Covilhã), o PSD aposta em António Marques, e a CDU aposta em Carlos Afonso