A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Santiago do Cacém promoveu no passado dia 2 de julho uma ação de protesto contra o atraso na conclusão da obra da passagem ferroviária sobre a Estrada Regional 261 (ER261), cuja responsabilidade é da Infraestruturas de Portugal (IP). A intervenção, iniciada em agosto de 2023, deveria ter sido concluída em 10 meses, mas segue por terminar, provocando o encerramento prolongado da via à circulação rodoviária.

Durante o protesto, intervieram Dinis Silva (Comissão de Utentes), Álvaro Beijinha (Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém), Isabel Contente (Presidente da União de Freguesias de Santiago do Cacém, Santa Cruz e São Bartolomeu da Serra) e Vítor Proença (Presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral – CIMAL).

Álvaro Beijinha fez questão de esclarecer que a obra não é da responsabilidade da autarquia, apontando como principais causas do atraso problemas na subcontratação de serviços pelo empreiteiro, insolvências de empresas envolvidas e a ausência de avaliação geológica prévia de um talude com quase 100 anos, que não estava previsto no projeto inicial.

Vítor Proença, da CIMAL, sublinhou o impacto negativo do encerramento da ER261: “afeta a mobilidade, a segurança dos munícipes e o acesso ao Hospital do Litoral Alentejano, prejudicando não só Santiago do Cacém, mas também municípios vizinhos”.

A obra ferroviária em causa integra o projeto de modernização da ligação entre o Porto de Sines e a Linha do Sul, num investimento de cerca de 28,5 milhões de euros, considerado essencial para potenciar a capacidade e a segurança ferroviária na região.

A Infraestruturas de Portugal estima agora que a reabertura da estrada ocorra nos próximos dois meses.

No final do protesto, foi aprovada por unanimidade uma moção que classifica a situação como “inadmissível” e exige a conclusão urgente da obra por parte da IP e do Governo.