A procura por habitação continua em alta em Portugal, tendo registado aumentos em todas as 20 capitais de distrito face ao período homólogo de 2023–2024.

O cenário não surpreende, num contexto em que os preços do arrendamento continuam a escalar, a compra de casa surge como uma opção cada vez mais atrativa.

Impulsionada pela descida das taxas de juro e pelos novos incentivos fiscais dirigidos aos jovens, como a isenção de IMT, num país onde a cultura de propriedade se mantém profundamente enraizada, o interesse pela aquisição de habitação volta a ganhar força.

De acordo com dados do Idealista/Data, o interesse por apartamentos e moradias à venda aumentou significativamente em 2024, atingindo um máximo histórico durante o verão, precisamente quando entrou em vigor a isenção de IMT Jovem.

Apesar de uma ligeira desaceleração da procura em termos trimestrais, o ano terminou com um dos níveis mais elevados desde 2018.

Em cidades como Portalegre, Beja e Ponta Delgada, a procura por apartamentos regista subidas acentuadas, na Guarda, a procura por moradias duplicou em comparação com 2023.

Já em Lisboa, a procura por apartamentos aumentou 54%, superando largamente o crescimento de 10% verificado nas moradias, o segmento entre 90 mil e 360 mil euros registou um aumento de mais de 63%.

Este facto poderá estar diretamente relacionado com o facto de a isenção total de IMT Jovem abranger imóveis até aos 316 mil euros, esta mesma razão pode também explicar o forte crescimento da procura por apartamentos entre 150 mil e 210 mil euros, faixa que mais do que duplicou face ao ano anterior.

O interesse por imóveis de luxo — unidades avaliadas acima de 1 milhão de euros — também cresceu, ainda que de forma mais moderada, com subidas entre os 23% e os 62%. Já a procura por imóveis entre os 120 mil e os 360 mil euros cresceu acima dos 60% a nível nacional.

Um dado relevante é que, em Lisboa e no Porto, não foi possível medir a procura por apartamentos com valores inferiores a 120 mil euros, evidenciando a escalada dos preços nestas duas cidades.

Ainda assim, Lisboa viu a procura duplicar tanto no segmento entre 180 mil e 210 mil euros como no mercado de apartamentos acima dos 2 milhões, já no Porto, que tradicionalmente oferece opções mais acessíveis em comparação com a capital, também se registaram aumentos significativos: mais de 30% na procura de imóveis entre 120 mil e 150 mil euros, e entre 210 mil e 270 mil euros — sendo o maior crescimento, de 59%, verificado nos apartamentos.