
Um avião de passageiros Antonov An-24, com 46 pessoas a bordo — 40 passageiros e seis tripulantes — despenhou-se esta quinta-feira, 24 de Julho de 2025, na região de Amur, no Extremo Oriente da Rússia. A aeronave, operada pela companhia aérea Angara, fazia a rota Khabarovsk–Blagoveshchensk–Tynda, quando perdeu contacto com o controlo aéreo ao tentar uma segunda aproximação à pista de aterragem.
Segundo fontes oficiais citadas pela agência Interfax, o aparelho desapareceu dos radares momentos antes da aterragem no aeroporto de Tynda, depois de falhar a primeira tentativa de aproximação, sob condições meteorológicas adversas. A fuselagem foi encontrada 15 quilómetros a norte do destino final, numa encosta, completamente destruída e em chamas, conforme confirmou o Ministério de Emergências da Federação Russa.
O cenário no local do impacto é devastador. De acordo com o Centro Regional de Defesa Civil e Segurança contra Incêndios de Amur, não há sobreviventes. A bordo seguiam profissionais, civis e, segundo a imprensa russa, três crianças.
As causas do acidente permanecem sob investigação, mas os serviços de emergência não excluem falha técnica ou erro humano. As condições climatéricas eram severas, com nevoeiro cerrado, pista escorregadia e visibilidade reduzida — uma combinação que poderá ter contribuído para a tragédia. A tripulação terá tentado uma segunda aproximação, momento em que, alegadamente, ocorreu a perda de controlo da aeronave.
Entretanto, a Comissão de Investigação da Rússia já abriu um processo criminal ao abrigo do artigo 263.º, parte 3, do Código Penal da Federação Russa, que se refere à violação das normas de segurança na operação de meios aéreos com resultado fatal para mais de três pessoas.
Este é mais um episódio que levanta questões críticas sobre a segurança da aviação regional russa, particularmente no que toca ao uso contínuo de aeronaves antigas e de fabrico soviético, como o An-24, modelo com mais de 60 anos de história e sucessivos registos de incidentes.
À medida que as equipas de resgate continuam os trabalhos no terreno, o país volta a confrontar-se com os riscos de operar em zonas remotas, onde os meios de resposta são limitados, e onde cada falha — humana ou mecânica — pode traduzir-se em tragédias irrecuperáveis.