
A Variante Nascente a Évora do Itinerário Principal 2 (IP2), cuja construção decorre desde novembro de 2024, foi esta quarta-feira visitada por uma comitiva liderada pelo presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá. A obra, com conclusão prevista para abril de 2026, representa um investimento de 54,9 milhões de euros financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Durante a visita, o autarca sublinhou o carácter estratégico da infraestrutura. «É uma obra para o desenvolvimento futuro de Évora e do Alentejo, criando um ambiente de mobilidade que é muito favorável ao desenvolvimento económico e, naturalmente, ao desenvolvimento de toda a comunidade», afirmou.
A visita teve início no estaleiro da empresa responsável pela empreitada, onde o gestor da obra, José Luís Faleiro, e o diretor de Empreendimentos da Infraestruturas de Portugal (IP), Paulo Tavares, apresentaram o projeto e esclareceram dúvidas da comitiva municipal. Seguiu-se um percurso automóvel ao longo do traçado da futura via, permitindo observar os trabalhos de construção de viadutos, pontes e terraplenagens.
Com cerca de 13 quilómetros de extensão e perfil de autoestrada, a Variante Nascente ligará o Nó de Évora Nascente da Autoestrada 6 (A6) à Estrada Nacional 18 (EN18), integrando três interligações com a rede viária existente e oito passagens superiores, duas das quais sobre linhas ferroviárias.
Carlos Pinto de Sá destacou a dimensão estrutural do projeto, ao afirmar que «é uma obra que tem a ver com a ligação Norte-Sul do país, com a ligação à A6, a Espanha e Lisboa. Estamos a falar de uma obra estrutural que serve Évora e o Alentejo». A nova via permitirá retirar uma parte substancial do tráfego que atualmente atravessa o centro da cidade, com especial incidência nos veículos pesados. «Estimo que haja, no mínimo, 11 mil, 12 mil viaturas por dia a atravessarem a cidade, entre pesados e ligeiros», referiu.
O presidente da autarquia acrescentou ainda que «uma boa parte deste tráfego será retirada, em particular o tráfego pesado, o que melhorará naturalmente até para as próprias empresas que usam os carros pesados de mercadorias, mas também para os carros ligeiros e facilitará o trânsito dentro da cidade».
Questionado sobre o eventual impacto da obra no ordenamento urbano, Pinto de Sá assinalou que estão em curso alterações ao Plano Diretor Municipal, com vista à criação de novos espaços para atividade económica fora do atual eixo industrial. «Queremos que futuramente possa haver outras zonas para sustentar empresas que se queiram instalar em Évora», explicou. Sublinhou também que a via terá uma «ligação muito direta à zona mais industrial de Évora, ao Parque Tecnológico, ao Parque Industrial e ao Parque da Indústria Aeronáutica».
A expectativa da autarquia é que a obra esteja concluída antes do início da programação de Évora enquanto Capital Europeia da Cultura, em 2027, o que, segundo o edil, permitirá «melhorar as acessibilidades a Évora» num momento estratégico para a cidade.