
Circo contemporâneo, oficina para bebés e espetáculo de teatro marcam o mês de junho no Teatro Viriato, numa programação dedicada quase em exclusivo a famílias e à infância. Uma resposta clara do Teatro Viriato que, no âmbito da mediação de públicos, tem desenvolvido uma estratégia de programação para estar mais próximo de diferentes públicos, neste caso crianças, jovens e famílias.
No dia 07 de junho, às 10h30, o estúdio recebe mais uma sessão da oficina de música “Tatabitato”, de Ana Bento e Bruno Pinto. Como ponte de comunicação, expressão e interação, os artistas acreditam que a música também pode servir para o crescimento das várias dimensões do ser. Cada sessão, que se destina a bebés a partir dos 6 meses e a crianças até aos cinco anos, é desenhada em relação com a programação do Teatro Viriato e contempla dinâmicas participativas voz-corpo-movimento.
O ator e encenador Luís Godinho interpreta no nosso Estúdio (penso que é no estúdio, como está indicado no programa) o livro para a infância “Os contos do lápis verde”, de Álvaro Magalhães, com ilustrações de Bernardo Carvalho. Inspirando-se diretamente no trabalho do ilustrador, Godinho criou com ele toda a cenografia do espetáculo, que nos revela alguns dos segredos da ilustração e convida o público a embarcar numa descoberta por um universo rimado, divertido e cheio de palavras inventadas. O resultado é uma peça de teatro à escala dos mais pequenos, mas grande em imaginação, que chega agora ao Teatro Viriato, neste mês em que se celebra o Dia Mundial da Criança. Para além das sessões para escolas, nos dias 11, 12 e 13, as famílias podem assistir a este espetáculo no dia 14, às 10h30.
Numa extensão do Trengo Festival de Circo do Porto, organizado pela companhia Erva Daninha, o Teatro Viriato acolhe dois espetáculos de circo contemporâneo que prometem fazer o público suster a respiração e esboçar algumas gargalhadas. No dia 21 de junho, às 21h00, “OVVIO”, de David Diez Mendez e Tomáš Václavek, desafia as leis da gravidade no palco do Teatro Viriato. Simples tábuas de madeira transformam-se em engenhosas ferramentas que os impulsionam a ter de, constantemente, superar novos desafios. Entre equilíbrios difíceis, demonstram a sua força, concentração, coragem ou confiança, tudo depende do jogo que estiverem a jogar nesse preciso momento. Ambos se colocam mutuamente em perigo, assumindo o risco como parte inevitável do seu trabalho. A segunda proposta da extensão do festival Trengo acontece fora de portas. No dia 28, às 17h30, no Prado do Parque de Santiago, “Tot Bé”, da companhia Curolles, convida o público a “entrar” na oficina de dois artesãos silenciosos, um pouco “passados da marmita”, e apaixonados por piões. Das suas mãos surgem uma infinidade destes brinquedos de madeira, criando diversas cenas cómicas num aparato circense totalmente surpreendente. Um carrinho de mão, uma escada, pratos de fazer pontaria, muita corda, toneladas de serragem e uma variedade de piões feitos à mão são as peças que compõem este jogo, em que o sucesso e o fracasso são medidos de acordo com o tamanho dos sorrisos do público. O espetáculo é acessível a todos os públicos e com entrada gratuita.
Oficinas exploram o envelhecimento do corpo e refletem sobre preconceitos na justiça
As coreógrafas e bailarinas São Castro e Teresa Alves da Silva orientam no Estúdio a oficina “hOLD”, no dia 06 de junho, às 19h00. Destinada a interessados em dança maiores de 40 anos, “hOLD” inspira-se na temática do envelhecimento e convida os participantes, através de práticas de movimento, reflexão e improvisação, a explorar o corpo como território de memórias e transformação. As inscrições para esta oficina encontram-se abertas e podem ser feitas junto da bilheteira do Teatro Viriato até ao dia 04 de junho.
De 26 a 28 de junho, a atriz Sara de Castro e a dramaturgista Ana Pais orientam “Justiça Cega”, uma oficina que procura refletir sobre os preconceitos e perceções que existem sobre a justiça, o que é justo, o que é fazer justiça ou, ainda, o que é legal. A partir da partilha de afetos e tendo como base os textos “Medeia”, “La Llorona” e um caso judicial português, os participantes serão desafiados a criar narrativas, justificações e diálogo em torno do que é a justiça. Os interessados podem inscrever-se junto da bilheteira até 23 de junho.
Ambas as oficinas acontecem no Teatro Viriato ao abrigo do Mi Casa Tu Casa, programa de residências de criação que procura contribuir para o desenvolvimento dos percursos de criadores nacionais e internacionais através da cedência de espaços, apoio financeiro e atribuição de condições artísticas para a produção e difusão das artes performativas.