Assinala-se hoje o Dia Internacional dos Ensaios Clínicos, uma data que homenageia todos os que contribuem para o avanço da medicina através da investigação clínica — desde os doentes que participam nos estudos, até aos profissionais de saúde, investigadores e promotores que tornam possível a descoberta de novos tratamentos. É uma ocasião para reforçarmos a importância dos ensaios clínicos como pilares de uma medicina mais inovadora, acessível e sustentável.

Portugal tem dado alguns passos nesta área, que se refletem no aumento do número de novos ensaios conduzidos no país. Em 2023, segundo o Infarmed, foram autorizados 150 ensaios clínicos, o que representa um crescimento de 10% face ao ano anterior. Cerca de 70% destes estudos são promovidos pela indústria farmacêutica, mas envolvem uma vasta rede de hospitais, centros de investigação, universidades e investigadores nacionais.

A nossa competitividade como país dependerá ainda da nossa capacidade de sermos inovadores em saúde e de nos prepararmos para os novos desafios da investigação clínica. À medida que o panorama da investigação avança, várias tendências transformadoras prometem moldar o futuro dos ensaios clínicos. Entre essas tendências encontra-se a utilização da Inteligência Artificial e Machine Learning, que já sendo uma realidade, continuará a exigir flexibilidade na forma como todos os agentes participam no processo de desenvolvimento clínico.

A integração de modelos descentralizados, que utilizam tecnologias digitais para conduzir atividades remotamente, facilita a participação dos doentes e torna os ensaios mais acessíveis. No entanto, esses modelos comportam desafios adicionais na manutenção da qualidade dos dados e a necessidade de adaptar as estruturas operacionais. As estratégias para aumentar a diversidade dos participantes são hoje essenciais, não apenas para enfrentar desafios regulamentares, mas também para garantir que os resultados sejam mais representativos e equitativos para todos os grupos geográficos, demográficos e socioeconómicos.

Acrescem ainda fatores como a adoção crescente de tecnologia e plataformas digitais, o aumento da complexidade dos desenhos dos ensaios, e o volume massivo de dados recolhidos, juntamente com a pressão para reduzir o tempo médio de desenvolvimento clínico. Todos esses elementos apresentam desafios para todos os stakeholders envolvidos no processo, incluindo os Centros de Investigação, que enfrentam a necessidade de se adaptarem a uma realidade em rápida transformação.

Apesar dos desafios, estes são tempos de grandes oportunidades para um país da nossa dimensão. Podemos seguramente posicionar-nos como um país competitivo, preparado e capaz de evoluir rapidamente e de forma responsável, aberto à inovação e ao desenvolvimento contínuo.

Na AbbVie, temos orgulho em fazer parte deste esforço. Desde 2013, já investimos mais de 30 milhões de euros em Investigação & Desenvolvimento em Portugal, abrangendo ensaios clínicos e outros estudos científicos. Promovemos 85 ensaios clínicos no país, em 18 áreas terapêuticas distintas, com a participação de mais de 3.500 doentes portugueses. Em 2019, fomos reconhecidos pelo Infarmed como um dos principais promotores de ensaios clínicos em Portugal — um reconhecimento que reflete o nosso compromisso com a ciência e com os doentes.

Este investimento contínuo é o reflexo da nossa missão: desenvolver terapias transformadoras e contribuir para um futuro mais justo, mais saudável e mais sustentável para todos.

Country Clinical Operations Head da AbbVie