
O início do julgamento que opõe os Anjos a Joana Marques ficou marcado pelo depoimento de Nelson Rosado. O cantor diz que receberam ameaças e foram acusados de terem "assassinado o hino". A humorista falou à chegada a tribunal para considerar o processo uma perda de tempo.
"Acho que estamos todos a perder tempo", declara.
Joana Marques conhece pessoalmente Nelson e Sérgio Rosado no dia em que começa a ser julgado o impacto de um vídeo partilhado pela humorista.
"Foi impossível termos chegado ao contacto com ela de uma forma mais pessoal, não foi por falta de tentativa da nossa parte", diz Sérgio Rosado.
Os Anjos falam de imagens manipuladas e de versos do hino cortados para efeitos humorísticos.
Ao fim de 26 anos de carreira, dizem que Joana Marques é a responsável por 11 concertos cancelados, por parcerias com marcas que não se concretizaram e por uma onda de ódio nas redes sociais.
Um diz que chegou a ter um derrame ocular e a tomar medicação para a ansiedade. O outro fala de uma crise de acne espoletada pelo sistema nervoso.
"Eu não posso permitir que os meus filhos olhem para mim e pensem: 'O meu pai é um assassino, assassinou uma canção'."
O vídeo chegou a ser exibido em tribunal perante a juíza que há quatro anos condenou André Ventura por chamar bandidos a uma família do Bairro da Jamaica quando exibiu uma fotografia na televisão. Agora, tem de decidir se o humor de Joana Marques é responsável por prejuízos de 1 milhão aos cantores desta versão do hino nacional.
À saída, os cantores insistiram que não pretendem pôr em causa a liberdade de expressão.
"Estamos aqui para provar em tribunal que houve manipulação e adulteração de um vídeo que gerou danos", refere Nelson Rosado.
A dupla pede à humorista 1 milhão e 118 mil euros por danos morais e patrimoniais.