"Temos de ambicionar ser alguém na vida, alguém que seja útil à sociedade, que possa realizar-se mas em que a ambição e a ação se complementem. Se não, será um caminho sem direção."

A afirmação é de António Brochado Correia, Territory Senior Partner da PwC Portugal, o primeiro convidado da segunda temporada do Luso Lab, o podcast do Conselho da Diáspora Portuguesa, que acaba de se estrear e de que o SAPO é parceiro. Numa conversa conduzida por Sara Aguiar, jovem conselheira do Conselho da Diáspora e Global Digital Brand & Product Manager na Procter & Gamble, que pode ver aqui,

Neste arranque da segunda temporada, o Luso Lab recebe António Brochado Correia, que partilha uma experiência que transcende o mundo corporativo. Mais do que os seus 30 anos de carreira, trata-se de um episódio inspirador que traz para cima da mesa os desafios da nova geração no papel que irá desempenhar nas empresas e na sociedade, uma visão sobre liderança ética, transformação empresarial e a importância de formar não só bons técnicos, mas bons seres humanos.

Para um percurso de vida mais rico e bem sucedido, António defende ainda a importância de cada um traçar, para a sua vida, um plano estratégico, à semelhança do que as empresas fazem. "O que é que eu quero ser daqui a dez anos? É algo que devemos ter em mente, um plano estratégico que aponte o caminho, as ferramentas e as barreiras que teremos de ultrapassar, da mesma forma que as empresas têm um plano de negócios", diz, defendendo ainda uma abordagem das empresas que leve as pessoas no centro. "Quando o foco é humano, consegue-se criar mais valor." E essa relação é de reciprocidade.

É nessa lógica que não tem dúvidas de que o fator mais relevante do talento não é técnico, mas humano. "Na PwC nós não queremos criar bons técnicos, queremos criar bons seres humanos, bons cidadãos. Os jovens têm de ser construtores do mundo que querem ter", afirma, apontando também o valor insubstituível da cultura e da arte na formação de melhores pessoas e de uma sociedade mais capaz de enfrentar o mundo atual. E explicando que foi com esse objetivo que criou, na PwC, um grupo de teatro, um grupo de música e estimula outras atividades culturais, já que estas trazem caminhos alternativos e esperança. Porque a ambição tem de vir acompanhada de propósito.

A centralidade das pessoas nas organizações, sublinhando a urgência de formar bons seres humanos — mais do que apenas bons técnicos, e as qualidades distintivas dos portugueses como trunfos para um posicionamento global mais relevante são assunto central nesta conversa com um assumido defensor da cultura como um dos pilares essenciais do desenvolvimento humano, com António Brochado Correia a realçar o papel da arte na construção de cidadãos mais conscientes, críticos e com maior capacidade de discernimento.