A proposta vai ser analisada em dezembro na reunião do Comité intergovernamental da UNESCO, em Assunção, no Paraguai. De acordo com a agência Lusa, o Comité Intergovernamental para Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da Organização das Nações para a Educação, Ciência e Cultura(UNESCO, na sigla em inglês) reúne-se de 2 a 7 de dezembro na capital do Paraguai.

Entre as candidaturas apresentadas, está, também, uma proposta sobre o modo de produção artesanal do Queijo de Minas, no Estado de Minas Gerais, no sudeste do país sul-americano.

"A Equitação Portuguesa é uma prática que se traduz na excelência do ensino do cavalo expressa na realização dos andamentos e ares de alta escola, que deriva do ensino praticado nas academias de arte equestre europeia, com particularidades que a distinguem, fundamentalmente as que advêm da equitação de trabalho de alaceamento e lide do touro, em campo ou em arena, ou nos jogos equestres", indica a descrição patente no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, do qual consta desde 2021.

O mesmo texto lembra que esta prática "encontra-se plasmada no trabalho realizado desde o século XVIII na Real Picaria, tendo atingido uma difusão contínua que chegou [à atualidade] e congrega numerosos indivíduos e grupos de praticantes".

Arte foi fixada pelo marquês de Marialva, Manuel Carlos de Andrade

A comunidade de praticantes vai desde os amadores aos profissionais, encontrando-se o maior grupo na Escola Portuguesa de Arte Equestre (EPAE), embora haja praticantes espalhados por 20 países em cinco continentes, como recorda o texto patente na candidatura à classificação pela UNESCO.

Esta arte foi fixada pelo marquês de Marialva, Manuel Carlos de Andrade (1755-1817), no livro "Luz da Liberal e Nobre Arte de Cavallaria" (1790), e "daí se referir a forma de montar [portuguesa] como 'à Marialva'", disse à agência Lusa fonte da candidatura.

A arte portuguesa de montar a cavalo "distingue-se pela forma de trajar dos cavaleiros, os arreios que são diferentes de outras escolas, e forma de lidar com o cavalo", acrescentou.

A candidatura a Património Imaterial da Humanidade foi avançada pela Associação Portuguesa de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano, em parceria com o município da Golegã e a Parques de Sintra.

De acordo com a indicação constante no portal do Governo, Portugal tem sete bens inscritos na Lista Representativa de Património Cultural Imaterial da Humanidade:

A Manufatura de Chocalhos e o Processo de Manufatura da Olaria Preta de Bisalhães fazem parte da Lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade que Necessita de Salvaguarda Urgente, desde 2015 e 2016 respetivamente.

Com LUSA