
Segundo fontes locais do enclave palestiniano e confirmadas pelo Cogat (organismo militar israelita encarregado de coordenar a entrada de ajuda em Gaza), os camiões começaram a distribuir as suas cargas pelos centros de destino.
A ajuda humanitária começou a ser distribuída em zonas como Khan Yunis (sul) e Deir Al Balah, Zawaida e Nuseirat (centro).
As fontes locais indicaram que as padarias de Khan Yunis e das três zonas do centro de Gaza já têm farinha para começar a fazer pão e alimentar uma população sujeita a um bloqueio total de alimentos, combustível ou medicamentos imposto por Israel desde 2 de março.
Israel tinha adiantado ainda hoje que entraram em Gaza 100 camiões de ajuda humanitária da ONU, depois de ter permitido a passagem para o enclave palestiniano de 93 camiões no dia anterior e de cerca de dez na segunda-feira.
"Cem camiões pertencentes à ONU e à comunidade internacional, transportando ajuda humanitária --- incluindo farinha, comida para bebés e material médico --- foram hoje [quarta-feira] transferidos para a Faixa de Gaza através da passagem de Kerem Shalom", referiu a COGAT, uma agência do Ministério da Defesa de Israel, em comunicado.
A ONU indicou, por sua vez, que cinco camiões que transportavam ajuda entraram em Gaza na segunda-feira, enquanto Israel referiu que outros 93 o fizeram na terça-feira.
O seu conteúdo ainda não tinha sido distribuído ao público, tinha avançado hoje o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric.
"Até agora [final da tarde de quarta-feira em Gaza], nenhum dos mantimentos conseguiu sair da zona de desembarque de Kerem Shalom. Isto porque, ontem à noite [terça-feira], as autoridades israelitas apenas autorizaram a passagem das nossas equipas por uma zona muito congestionada, e sentimos que era inseguro, um local com elevado risco de pilhagens", explicou Dujarric.
Em dois dias, cerca de 100 camiões entraram no enclave para abastecer uma população de cerca de 2,1 milhões de pessoas, em comparação com cerca de 500 antes da guerra, o que já era insuficiente para as organizações humanitárias.
O primeiro-ministro israelita disse hoje estar pronto para aceitar um "cessar-fogo temporário" na Faixa de Gaza que permita a libertação dos últimos 20 reféns, e posteriormente pretende assumir o controlo de todo o enclave palestiniano.
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