
André Ventura, presidente do Chega, assumiu, no seu discurso após terem sido divulgados os resultados das legislativas na emigração, que o partido que lidera será responsável pela mudança que o país diz necessitar. Num dia "histórico" para o sistema político nacional, o líder partidário garantiu que procurará a estabilide, sem "nunca virar a cara" à luta.
O líder do Chega começou por agradecer às comunidades portuguesas "do mundo inteiro" pela confiança e atirou que, "no fundo", o seu partido foi o "mais votado no mundo inteiro".
"Hoje não é só um dia de contagem de votos, hoje é um dia de história de Portugal. Um dia que será revisto no futuro em que aquele que um partido com seis anos rompeu com bipartidarismo de 50 anos. Essa é, talvez, a maior mudança de regime que podíamos ter hoje", referiu antes de frisar que "é uma mudança de regime tranquila".
Ventura assume que, agora, não irá "esfregar a vitória na cara dos adversários", mas sim "trabalhar, trabalhar e trabalhar por Portugal."
Dirigindo-se aos emigrantes, refere que os portugueses que vivem no estrangeiro saíram de Portugal para procurarem uma vida melhor "com suor, com sangue e com lágrimas" e não para "destruírem os países" onde se encontram.
Prosseguiu dizendo que o Chega "não quer vencer por vencer", nem quer "vencer como o PS e o PSD para distribuir lugares pelos amigos ou pelos mais próximos":
"Queremos vencer para que homens e mulheres, como aqueles que votaram em nós pelo mundo inteiro, possam voltar para esta enorme nação que é Portugal e ter aqui um país digno que os acolha e que os receba porque é o seu país."
"Não seremos os líderes da destruição"
No dia em que se assumiu, oficialmente, como líder da oposição, avançou que "é com um enorme serviço de responsabilidade que encarará esta missão". "Não seremos os líderes da destruição", garantiu.
O líder partidário negou a ideia de que o partido se tenha "aburguesado" e sublinhou que nunca deixará de virar a cara à luta e de combater a corrupção.
Admitiu que "os portugueses querem estabilidade" e não eleições anuais, mas apontou que pretendem também "uma mudança", mudança essa que, garantiu, chegará com o partido que lidera:
"Não só será possível fazer isso como estes 60 deputados vão fazer isso e nós vamos vencer as próximas eleições legislativas em Portugal."
André Ventura vincou que, "a partir de hoje, nada mais será o mesmo porque o sistema político sofreu uma transformação".
"Quero mudar a alma deste país e, por isso, contem connosco para esta batalha. Não tenham medo. As mudanças geram sempre medo nos países, as mudanças geram sempre medo nas comunidades. Não tenha medo, este país tem de mudar", assegurou.
Com os resultados dos votos dos emigrantes, o partido liderado por André Ventura passou a somar 60 deputados, mais dois que o PS, que não elegeu nos círculos da emigração. A AD elegeu os restantes doi deputados.