O porta-voz do ministério da Defesa chinês, Wu Qian, disse em conferência de imprensa que é "inteiramente da responsabilidade" dos Estados Unidos a não realização de um encontro entre o ministro chinês Dong Jun e o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, durante a cimeira dos ministros da Defesa dos países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), no Laos.
"Os Estados Unidos não podem prejudicar os interesses fundamentais da China relativamente à questão de Taiwan, fingindo que as trocas militares prosseguem como se nada tivesse acontecido", sublinhou o porta-voz da Defesa, referindo-se à venda de armas efetuada em outubro por Washington a Taipé.
Pequim considera a ilha uma província sua, apesar de operar como uma entidade política soberana, com diplomacia e exército próprios. Os Estados Unidos não têm relações diplomáticas com Taipé, mas continuam a ser o principal aliado e fornecedor de armas do território.
O porta-voz sublinhou que Washington deve "corrigir imediatamente os seus erros" e respeitar verdadeiramente os interesses de Pequim.
Esta é a única forma de criar condições favoráveis para o reinício das conversações de alto nível sobre Defesa, disse Wu.
Austin, através de um comunicado do Pentágono, disse na quarta-feira que Pequim rejeitou uma reunião com o seu homólogo chinês, numa atitude que considerou infeliz.
"Lamento que a China tenha optado por não se reunir aqui. A decisão da República Popular da China é um passo atrás para toda a região", disse Austin, a partir do Laos.
Dong e Austin tiveram o seu primeiro encontro em junho durante um fórum de segurança em Singapura, marcando o reinício do diálogo de alto nível entre as duas potências, após um hiato causado pela visita de Nancy Pelosi, então presidente da Câmara dos Representantes, a câmara baixa do parlamento dos EUA, a Taiwan, em agosto de 2022.
As tensões entre as duas nações só começaram a diminuir com um encontro entre os presidentes Joe Biden e Xi Jinping em São Francisco, em novembro de 2023.
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