A deputada chegou a Itália na quinta-feira, num voo que partiu dos Estados Unidos, de acordo com a sua assessoria de imprensa.

Carla Zambelli já declarara que pretendia mudar-se para a Europa e que não acreditava na possibilidade de ser detida porque tem cidadania italiana.

Condenada a dez anos de prisão no Brasil por invasão a sistema informático da Justiça e falsidade ideológica, a deputada foi incluída esta semana na lista vermelha de procurados da Interpol.

Zambelli anunciou que estava fora do país e que não pretendia voltar ao Brasil, numa entrevista a uma rádio local em que também disse que pretendia fixar residência na Europa para denunciar a alegada perseguição judicial de que estava a ser alvo.

Em 14 de maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Carla Zambelli, por unanimidade, a dez anos de prisão, considerando-a a mentora de uma invasão ao sistema de computadores do judiciário nas vésperas das eleições de 2022.

 Os cinco magistrados da Primeira Turma do Supremo Tribunal consideraram a deputada culpada de ser "o cérebro" de um ataque de 'hackers' destinado a desacreditar o sistema judicial brasileiro e a incitar atos antidemocráticos no país, de acordo com a acusação.

A parlamentar também enfrenta acusações em outros processos, incluindo um caso em que perseguiu um apoiante de Lula da Silva com um arma em punho pelas ruas de São Paulo, na véspera das eleições presidenciais de outubro de 2022. 

De acordo com a lei italiana, a extradição de cidadãos italianos é proibida, a menos que esteja prevista em tratado internacional.

Como foi incluída na lista de procurados da Interpol e a legislação italiana permite que o alerta vermelho sirva como base legal para a detenção imediata, e há casos anteriores entre os dois países, analistas no Brasil acreditam que há uma probabilidade de ser detida em Itália.

O Governo brasileiro já indicou que deve fazer um pedido oficial de extradição da parlamentar.

 

CYR // JMC

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