Numa nota enviada à agência Lusa, José Luís Carneiro diz que o concurso já "estava em preparação" e "com financiamento estabelecido".
"Os investimentos anunciados pelo primeiro-ministro [Luís Montenegro] já tinham sido planeados e iniciados pelo Governo o Partido Socialista", realçou.
O ex-governante recordou a aprovação de um investimento de 607 milhões em infraestruturas e equipamento para forças de segurança, em agosto de 2022, depois terem sido gastos 340 milhões de euros entre 2017 e 2021.
"Deste investimento de 607 milhões de euros, 64 milhões eram destinados a veículos", sustentou.
José Luís Carneiro lembrou também que em outubro do ano passado "foi lançado um concurso para mais de 700 veículos com um valor com IVA superior a 34 milhões de euros", que estava em fase de adjudicação quando deixou funções.
Na quarta-feira, pelas 20:00, o primeiro-ministro anunciou que o Governo vai aprovar hoje em Conselho de Ministros uma autorização de despesa de mais de 20 milhões de euros para a aquisição de mais de 600 veículos para PSP e GNR.
Luís Montenegro repetiu também que Portugal "é um dos países mais seguros do mundo", mas defendeu que não pode "viver à sombra da bananeira" nesta matéria, reiterando total confiança no "trabalho excecional" da ministra da Administração Interna.
O chefe do Governo falava aos jornalistas no final de uma reunião de cerca de uma hora com a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, o diretor nacional da Polícia Judiciária, o comandante-geral da GNR, o diretor nacional da PSP e o secretário-geral adjunto do Sistema de Segurança Interna, na residência oficial, em São Bento.
O socialista considerou ainda que as declarações de Luís Montenegro foram feitas de "modo desproporcionado e deslocado".
"O primeiro-ministro quis dar a garantia de que o país é seguro e de que esse empenhamento é para continuar. Mas, ao fazê-lo de modo desproporcionado e deslocado da sua sede própria, teve o efeito contrário, salientou.
Para José Luís Carneiro, o discurso foi "desproporcionado, porque nada houve nos resultados além do que corresponde a operações de caráter regular desencadeadas pelos órgãos de polícia criminal".
E foi "deslocado, porque [...] deveria ter ocorrido no âmbito do Sistema de Segurança Interna", onde, em regra, "comunica o secretário-geral ou as tutelas da Administração Interna e/ou da Justiça. A não ser em circunstâncias excecionais e fundamentadas. Não foi o caso", vincou.
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