O antigo diretor da PJ critica ainda o Procurador-Geral da República que depois do anúncio do arquivamento do processo de Pedro Nuno Santos disse que o de Montenegro tinha sido enviado para a Polícia Judiciária. Amadeu Guerra “não explicou porque é que entregou o processo de Montenegro à PJ, uma vez que o de Pedro Nuno Santos não foi entregue à PJ. Da parte do MP fica sempre alguma coisa por dizer”.

Mexer na lei da Nacionalidade? “Se queremos mudar a política de imigração, temos de olhar para todos os instrumentos”

A lei da nacionalidade entrou no debate político com o Primeiro-ministro a admitir mexidas e o Chega a anunciar uma Comissão de Inquérito sobre o assunto. Fernando Negrão não tem dúvidas de que essas mexidas são necessárias “para que fique adequada ao resto das políticas de imigração”. Sobre a aparente mudança de ideias sobre este assunto no partido de governo, desvaloriza: “O PSD esteve mais atento desta vez”.

O tema da segurança também tem estado no centro do debate político, mas o antigo líder parlamentar do PSD não acredita que o discurso político do Chega esteja a legitimar movimentos agressivos: “O Chega tem conseguido manter-se na vida política democrática e não legitima esses movimentos extremistas”. Sobre as equivalências entre extremismos de direita e de esquerda é perentório a afirmar que “neste momento não temos extremismos de esquerda”, mas compreende as equiparações de Moedas e Ventura: “talvez seja uma forma de cautela” dizendo aos “senhores à esquerda” para estarem atentos.

Mas há críticas ao governo no dossier da Administração Interna. Na entrevista ao Facto Político, Fernando Negrão lamentou a ausência de explicações sobre o desaparecimento de um grupo de extrema direita que estava referenciado numa versão perliminar do RASI: “Não encontro explicação para a retirada do grupo de extrema-esquerda do RASI. Pior que isso é a ausência de explicação por parte da Segurança Interna relativamente a isso. Um documento não pode surgir com uma versão e depois ser retirada sem se dar uma explicação cabal à opinião pública”.

Pode estar em causa o alarme público? Na opinião do antigo diretor da PJ, pode: “O alarme público foi criado quando se tornou público que existia um movimento de direita radical e depois foi retirado do documento”. O Facto Político foi exibido na SIC Notícias a 21 de junho.

SIC Notícias

Entre todos os factos que nos passam pelas mãos, os factos políticos são os nossos favoritos. Com o jornalista Diogo Teixeira Pereira, vamos tentar descobri-los nas entrelinhas dos discursos e nas conversas com os protagonistas da semana política. No final, fazemos uma previsão da meteorologia política para os dias seguintes que, se tudo correr como o previsto, vai falhar quase sempre. Facto Político, todos os sábados na SIC Notícias e em podcast.