
A espera terminou e chegou finalmente um dos momentos mais aguardados do calendário: o Grande Prémio de Mónaco. A oitava etapa da temporada realiza-se este fim de semana, entre 23 e 25 de maio, pelas icónicas ruas de Monte Carlo.
Este circuito de rua, com 3,337 km de extensão, é um dos mais desafiantes do Campeonato Mundial de Fórmula 1. Com curvas apertadas, mudanças de elevação e o famoso túnel, onde os carros atingem velocidades até 260 km/h. Por ser o circuito mais curto do calendário, os pilotos terão de completar um total de 78 voltas — o maior número da temporada — com apenas uma zona de DRS.
A grande novidade da edição deste ano do Grande Prémio do Mónaco, frequentemente criticado pela dificuldade em ultrapassar, é a introdução de uma nova regra que obriga todos os pilotos a realizar duas paragens nas boxes. Esta alteração visa reforçar a importância da estratégia adotada pelas equipas durante a corrida.
Em que horários se realiza o GP do Mónaco?
Sexta-feira, 23 de maio:
- Treino Livre 1 (FP1): 12:30 - 13:30
- Treino Livre 2 (FP2): 16:00 - 17:00
Sábado, 24 de maio:
- Treino Livre 3 (FP3): 11:30 - 12:30
- Qualificação: 15:00 - 16:00
Domingo, 25 de maio:
- Corrida: 14:00
(Horário de Portugal Continental)
A "maldição do Mónaco" foi mesmo quebrada?
Para quem acompanha a Fórmula 1 há algum tempo, não é novidade a famosa "maldição de Mónaco", que, ao longo dos anos, parece assombrar Charles Leclerc.
Desde a sua estreia na "categoria-mãe", o piloto monegasco tem sido vítima de uma série de infortúnios que o têm impedido de brilhar na sua terra-natal.
2018 (Alfa Romeo)
Na sua estreia em casa na Fórmula 1, Charles Leclerc viu a sua corrida terminar de forma prematura após uma colisão com Brendon Hartley (Toro Rosso), provocada por uma falha nos travões.
2019 (Ferrari)
A Ferrari cometeu um erro estratégico imperdoável durante a qualificação, deixando Leclerc fora do Q2. Ainda tentou recuperar terreno na corrida, mas acabou por bater no muro e abandonar, numa tentativa agressiva de ultrapassagem.
2021 (Ferrari)
Conquistou a pole position com uma volta fantástica, mas bateu no final da qualificação. Inicialmente, a Ferrari considerou que não havia danos graves, mas um problema na transmissão foi detetado momentos antes da corrida e Leclerc não chegou sequer a alinhar na grelha.
2022 (Ferrari)
Mais uma vez, Leclerc brilhou na qualificação, garantindo a pole. Contudo, uma vez mais, a estratégia da Ferrari comprometeu tudo: decisões mal calculadas durante a mudança de pneus em condições de pista molhada fizeram-no perder a liderança, terminando apenas em 4.º lugar.
2023 (Ferrari)
Apesar de não ter cometido erros e de uma prestação sólida, Leclerc não conseguiu encontrar ritmo suficiente para lutar pelos primeiros lugares e terminou a prova na 6.ª posição.
2024 (Ferrari)
No ano passado, Charles Leclerc finalmente quebrou a maldição que o assombrava há tanto tempo. Depois de conquistar a pole position, o piloto monegasco alcançou a sua primeira vitória no GP do Mónaco, uma conquista emocionada e muito aguardada.
No entanto, no mais recente GP de Monza, Leclerc demonstrou um certo ceticismo quanto à possibilidade de repetir a vitória na terra que o viu crescer, devido aos fracos resultados que a Ferrari tem vindo a apresentar desde o inicio do campeonato.
Muito mais do que uma corrida, uma lenda sob rodas
O Grande Prémio do Mónaco não é apenas uma corrida. É uma monarquia de velocidade coroada por tradição, onde cada curva tem mais histórias do que um romance de verão.
A curva mais lenta da Fórmula 1
A icónica Fairmont Hairpin, com o seu formato em gancho apertadíssimo, obriga os pilotos a reduzirem até à primeira mudança e a passarem a pouco mais de 50 km/h.
É um desafio de técnica e precisão absoluta, onde o volante gira quase por completo, algo raro na Fórmula 1 moderna.
Túnel com eco de motor
O túnel de Monte Carlo é único no calendário. À entrada, a luz muda, o som amplifica-se e os pilotos enfrentam um contraste súbito de luminosidade e aderência.
A velocidade nesta zona ultrapassa os 260 km/h, e qualquer erro pode ter consequências graves na travagem seguinte, junto à chicane.
Sem margem para erro
Diferente dos circuitos modernos com largas áreas de escapatória, o Mónaco é apertado, sinuoso e implacável. Qualquer ligeira distração ou erro de cálculo leva diretamente ao muro.
Naquele circuito, os pilotos precisam de roçar os rails sem os tocar. Uma dança milimétrica entre risco e perfeição.
Ultrapassar? Boa sorte!
O traçado estreito e sinuoso faz do Mónaco o circuito mais difícil para ultrapassagens em todo o campeonato.
A corrida ganha-se frequentemente ao sábado, na qualificação, o que dá à pole position um valor quase inigualável. No domingo, manter a liderança é mais uma questão de concentração do que de pura velocidade.
Senna, o "Rei do Mónaco"
Ayrton Senna é sinónimo de Mónaco. Com seis vitórias entre 1987 e 1993, incluindo cinco consecutivas, o piloto brasileiro cimentou-se como o verdadeiro rei de Monte Carlo.
O circuito urbano, apertado e técnico, casava na perfeição com o seu estilo agressivo, mas incrivelmente preciso.
Para Senna, o Mónaco não era apenas uma corrida. Era um teste absoluto à alma de um piloto e a sua ligação quase mágica ao circuito permanece como uma das histórias mais icónicas da Fórmula 1.
Quem lidera o Campeonato de Pilotos e Construtores?
O Grande Prémio da Emília-Romanha ficou marcado pelo regresso às vitórias de Max Verstappen, que se aproximou da liderança do Campeonato do Mundo.
O piloto neerlandês soma agora 124 pontos, menos nove do que o segundo classificado, Lando Norris, e a 22 do líder, Oscar Piastri.
No Campeonato de Construtores, a McLaren reforçou ainda mais a sua liderança isolada, somando agora 279 pontos, mais 132 do que a segunda classificada, Mercedes.